Roberto Requião defende a criação de uma frente pró-Lula

Senador do PMDB afirmou que é preciso “somar”, chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “candidato maravilhoso”, mas falou que ele precisa de uma “frente aberta”, no sentido partidário, para não caminhar, por exemplo, para a radicalização.

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Senador do PMDB afirmou que é preciso somar, chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “candidato maravilhoso, mas falou que ele precisa de uma frente aberta, no sentido partidário, para não caminhar, por exemplo, para a radicalização. Da Redação* No lançamento paulista da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, movimentos sociais e políticos, basicamente do PT e do PMDB não alinhados a Michel Temer, defenderam unidade com vistas a 2018 e atos de revogação das medidas do atual governo. Último a falar, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), afirmou que é preciso “somar”, chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “candidato maravilhoso”, mas falou que ele precisa de uma “frente aberta”, no sentido partidário, para não caminhar, por exemplo, para a radicalização. A questão, para ele, não é o “fora, Temer”, como alguns defendem. “O Temer é um peão de terceira categoria nessa história. O inimigo é o capital financeiro”, afirmou, no encerramento do ato, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, na capital paulista. É o quinto estado que recebe o lançamento da frente, formada, segundo seus líderes, por mais de 200 parlamentares. Faziam parte da mesa vários parlamentares petistas, como os deputados Carlos Zarattini (SP), líder do partido na Câmara, Nilto Tatto (SP), Paulo Teixeira (SP) e Patrus Ananias (MG), além do presidente da legenda em São Paulo, Luiz Marinho, e o líder na Câmara paulistana, Antonio Donato. Pelo PMDB, além de Requião, o deputado Celso Pansera (RJ). E representantes de diversos movimentos, como a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e o líder da Central de Movimentos Populares (CMP) Raimundo Bonfim, além do escritor Raduan Nassar, entre outros. Para Pansera, ministro de Ciência e Tecnologia no segundo governo Dilma Rousseff, 2018 será um ano “paradigmático”, com o país ameaçado de perder “janelas de oportunidades” no setor. “A inovação e a ciência agregam valores aos produtos. O Brasil, que teve um avanço muito grande de 2003 a 2014, nos últimos anos tem sofrido um ataque muito duro na área”, afirmou. Outro ex-ministro, Patrus Ananias criticou a Lei 13.467, de reforma da legislação trabalhista, que, segundo ele, desvirtua o ordenamento jurídico. Chamou a atenção para a ameaça de privatização do Banco do Brasil, o que terminaria por acabar com “linhas decentes de apoio à agricultura familiar”, e da Caixa Econômica Federal, prejudicando famílias de baixa renda. E também identificou ameaças à integridade do território nacional: segundo Patrus, estão “esperando o momento de dar o bote” para permitir uma venda ilimitada de terras a estrangeiros. “A soberania nacional está vinculada à soberania popular”, afirmou o deputado, criticando “uma parcela poderosa da burguesia brasileira dissociada do projeto nacional, uma elite apátrida desde os tempos da colônia, que nunca aceitou nossas origens africanas, nossas origens indígenas”. Patrus iniciou sua fala com uma saudação a Raduan, considerando Lavoura Arcaica “a mais importante obra literária publicada no Brasil desde 56, quando Guimarães Rosa publicou Grande Sertão: Veredas”. O autor amazonense falou apenas uma frase, mas foi o único a ser aplaudido de pé pelo auditório, ao defender “resistência, resistência e resistência”. Depois dele, Requião fechou o evento, que durou três horas, chamando Temer de “fantoche”, “figura absolutamente insignificante” diante do processo histórico e econômico em curso no Brasil e no mundo, que faz, segundo afirmou, o país caminhar no sentido contrário ao do crescimento. Um processo composto, de acordo com a visão do senador, pelo tripé “precarização do Estado”, com poder dado ao capital, “precarização do parlamento”, com privatização de campanhas eleitorais, e “precarização do trabalho”, com a prevalência do negociado sobre o legislado e o fim da previdência pública. “Aí, temos de deixar bem claro a importância do Bradesco e do Itaú no financiamento do golpe. Não é neo, é o velho e safado liberalismo econômico, uma espécie de zumbi transformado em modelo econômico. Não tem a menor chance de ser modelo de desenvolvimento para o nosso país”. Representante da Marcha Mundial das Mulheres, Sarah de Roure apontou as tentativas de controle pelo poder financeiro. “Controlar nosso trabalho, nosso tempo, nossos recursos naturais, nossos corpos, está na agenda do capital”. Para a presidenta da UNE, é preciso “se revoltar” e fazer com que a população tenha esse sentimento. “Não podemos dormir em paz sabendo que nosso país está sendo vendido. Se perdemos a universidade pública, a Petrobras, mesmo com um governo progressista teremos dificuldade de retomar”, disse Marianna. Boulos afirmou que o país vive um “momento de regressão democrática”, com novas etapas de “fechamento”, como a “infame” reforma trabalhista. Não fosse uma República “esculhambada”, disse o líder sem-teto, muitos do governo estariam presos por crime de lesa-pátria. *Com informações da Rede Brasil Atual Foto: Fotos Públicas