Ronaldo Caiado anuncia "rompimento total" e acusa Bolsonaro de "lavar as mãos" sobre eventual colapso

“É um rompimento total, definitivo. Acabou. Não pode governar de acordo com humor dele, senta e desautoriza todo mundo", anunciou Caiado, ex-aliado de "primeira hora de Bolsonaro

Ronaldo Caiado com Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni e ACM Neto (Agência Brasil)
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Aliado de primeira hora, como ele mesmo definiu, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) anunciou "rompimento total, definitivo" com Jair Bolsonaro na manhã desta quarta-feira (25), em razão do pronunciamento do presidente na noite anterior, em que voltou a classificar o coronavírus como "gripezinha, resfriadinho" e sinalizou que quer suspender o confinamento contra a doença.

“É um rompimento total, definitivo. Acabou. Não pode governar de acordo com humor dele, senta e desautoriza todo mundo", anunciou Caiado em pronunciamento divulgado pelas redes sociais.

Caiado afirmou ainda que Goiás seguirá os decretos assinados por ele para conter a pandemia e que não admite a postura de Bolsonaro de "lavar as mãos" para a situação do coronavírus.

"Fui aliado de primeira hora, durante todo tempo [de Bolsonaro], mas não posso admitir que venha agora um presidente da República lavar as mãos e responsabilizar outras pessoas por um colapso econômico ou pela falência de empregos que amanhã venha a acontecer. Não faz parte da postura de um governante", disse Caiado.

"Um estadista tem que ter a coragem de assumir as falhas. Não tem de responsabilizar as outras pessoas. Assuma a sua parcela", completou.

Caiado ainda disse que a fala de Bolsonaro foi irresponsável e desrespeitosa.

"Buscam a tese que teremos um colapso econômico de grandes proporções [com a manutenção da quarentena]. Ora, o que é isso? É exatamente colocar na balança o que é mais importante: a vida ou a sobrevivência econômica. Nós podemos fazer as duas coisas", destacou.