Santos Cruz diz, agora, que Bolsonaro tem valores que não coincidem com os seus e critica "afastamento" do combate à corrupção

Entre os valores divergentes, Santos Cruz que foi escorraçado do governo após virar alvo de ataques da milícia virtual comandada por Carlos Bolsonaro, pontua a "influência familiar"

Bolsonaro e o general Santos Cruz (Divulgação/PR)
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Seis meses depois de ser escorraçado do carglo de ministro da Secretaria de Governo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz disse em entrevista a Mariana Schreiber, da BBC, que pretende entrar para a política partidária, mas que não se filiaria a nenhuma sigla ligada a Jair Bolsonaro por uma dissonância de valores. "Em primeiro lugar, eu não entraria em um partido hoje do presidente Bolsonaro de jeito nenhum. Até por uma questão de conduta, não é pela filosofia do partido, não. Ele tem valores que não coincidem com os meus, ele tem atitudes que eu acho que não têm cabimento. Então eu não entraria de jeito nenhum para esse partido, assim como não entraria para o PT, para o PSOL, para outros de esquerda", disse o general, que foi demitido após se tornar alvo de ataques da mílicia virtual comandada por Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Entre os valores divergentes, Santos Cruz pontua justamente a "influência familiar" no cargo - "Na sociedade brasileira, a gente não gosta nem que parente se meta na vida particular da gente, muito menos num ambiente nacional" - e "a maneira de você ser honesto nos seus propósitos e como você lida com as pessoas". Elogiando a "parte econômica" do governo, Santos Cruz ainda criticou o "afastamento" de Bolsonaro do combate à corrupção. "O combate à corrupção, que foi o carro-chefe, digamos assim, junto com o antipetismo, o combate à corrupção não ficou tão caracterizado e acho até que em alguns pontos se afastou, se afastou disso aí. E isso aí eu acho que trouxe desilusão para muita gente".