A consultoria Eurasia Group, especialista em análises de risco, considera que o presidente Jair Bolsonaro possui um risco maior de sofrer impeachment por conta da pandemia do coronavírus do que por conta dos escândalos políticos envolvendo sua família.
De acordo com a empresa, há 25% de chance do ex-capitão ser destituído do cargo, apesar de já colecionar 30 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados.
"Considerando sua base de apoiadores muito leal, é pouco provável que as taxas de aprovação de Bolsonaro caiam substancialmente a níveis perigosos para o presidente", prevê a Eurasia.
"A pandemia é a grande variável. Se o presidente sofrer um impeachment, será por causa disso", afirma Christopher Garman, diretor gerente para as Américas do Eurasia Group, em entrevista à BBC News Brasil.
"É claro que as denúncias contra o presidente, a família, os filhos, isso pode dar uma base legal para uma moção de impeachment, o fato de ele tentar interferir nas investigações. (Mas) acho que é fácil a base bolsonarista criar uma narrativa que possa proteger o presidente nessa linha. Agora se você tem um colapso no sistema público de saúde nas grandes capitais...isso é uma coisa que pode levar a um colapso maior na aprovação dele", continua.