A Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Bolsonaro equiparou o nazismo ao comunismo em publicação nas redes sociais, na noite desta quinta-feira (3). Comparação foi feita durante anúncio da websérie um "Um povo heroico", cuja prévia tem atuação e narração do secretário de Cultura, Mário Frias.
"Às vésperas do Sete de Setembro, iniciamos a série Um Povo Heroico. Começaremos honrando a memória de heróis anônimos, com ápice no dia 5/9, cinco anos de um ato de extrema bravura, sacrifício e amor ao próximo de um morador de rua na Praça da Sé", diz o texto da Secom.
Em seguida, a secretaria cita os soldados veteranos do Exército brasileiro que atuaram na Segunda Guerra Mundial e classifica o nazismo como "maior mal do mundo", ao lado do comunismo. "Depois, lembraremos os Pracinhas que combateram a tirania do nazismo (maior mal do mundo moderno, ao lado do comunismo)", continua.
Na publicação, a Secom afirmou que o objetivo da ação é resgatar uma História do Brasil supostamente "vilipendiada". "O Brasil tem História. Uma História com verdadeiros líderes, respeitados intelectuais e grandes heróis nacionais. Alguns, conhecidos; muitos, ignorados. Uma História tão bela e grandiosa quanto desprezada e vilipendiada por anos de destruição da identidade nacional", diz o texto.
O tom adotado pela secretaria vai de encontro aos posicionamentos recentes do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que anunciou nesta terça-feira (1º) um projeto de lei que tem como objetivo criminalizar a ideologia comunista e compará-la ao nazismo. O presidente Jair Bolsonaro e seu governo já foram envolvidos em polêmicas relacionadas à apologia ao nazismo.
Com o projeto, o deputado quer alterar a Lei de Segurança Nacional (7.170) e punir com 9 a 15 anos de prisão opositores políticos identificados com o comunismo. Para justificar a medida, ele utiliza o nazismo, que já está prevista na Lei de Crimes Raciais (7.716) e prevê 2 a 5 anos de reclusão.