O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi às redes sociais nesta quarta-feira (23) para compartilhar uma publicação da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) em defesa da declaração mentirosa do presidente Jair Bolsonaro na ONU sobre o auxílio emergencial. As informações trazidas pela pasta, no entanto, ainda não são capazes de justificar os supostos 1 mil dólares que o ex-capitão diz ter pago a 65 milhões de brasileiros.
A publicação da Secom traz uma soma do que foi pago por beneficiário na primeira fase do programa, de cinco parcelas de R$ 600, com as quatro parcelas da segunda fase, que serão de apenas R$ 300. Ao longo do ano, o benefício soma R$ 4.200, equivalentes a US$ 772, segundo a cotação do dólar no dia 21 de setembro (R$ 5,44). O valor, portanto, não chega perto do 1 mil dólares defendido por Bolsonaro.
Para completar a soma, a Secom considerou o pagamento realizado às mães solteiras e chefes de família, que receberam o dobro do valor do auxílio. Na primeira fase do programa, cada mãe tinha direito a R$ 1.200; na segunda, a R$ 600. Contudo, as mães representam uma minoria entre os beneficiários totais do programa - cerca de 20%.
Com isso, ainda não é correto afirmar que 65 milhões de brasileiros receberam 1 mil dólares do benefício, pois apenas as mães teriam atingido esse valor ao longo do ano. Além disso, o governo considera que todos brasileiros cadastrados no programa receberam todas as parcelas do benefício, o que, mais uma vez, não é verdade. Há pessoas que passaram a receber as parcelas depois de abril, mês em que o auxílio começou a ser pago.
O auxílio emergencial foi sancionado por Bolsonaro em 1º de abril. Inicialmente, a proposta do governo era pagar apenas R$ 200 por parcela. Na Câmara, deputados da oposição conseguiram aumentar o valor para R$ 600.