A Secretaria de Comunicação do governo do presidente Jair Bolsonaro, comandada pelo olavista Fábio Wajngarten, divulgou um vídeo nas redes sociais na noite de sábado (10) que gerou polêmica por reproduzir um dos lemas usados pelo regime nazista.
"Parte da imprensa insiste em virar as costas aos fatos, ao Brasil e aos brasileiros. Mas o Governo Federal, por determinação de seu chefe, seguirá trabalhando para SALVAR VIDAS e preservar o emprego e a dignidade dos brasileiros. O trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil", dizia a mensagem da Secom.
O vídeo é encerrado com o trecho "o trabalho, a união e a verdade nos libertará" em destaque.
A frase remete ao lema nazista "o trabalho liberta" ("Arbeit macht frei", em alemão). A mensagem era comum em campos de concentração e em alguns deles podia ser vista já na entrada.
O jornalista alemão Gerd Wenzel comentou sobre a comparação. "A SECOM da Presidência da Republica, em redes sociais, emula lema cunhado pelos nazistas que ornamentava os pórticos dos campos de concentração: o O trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil". Arbeit macht frei (trabalho liberta)", tuitou.
Roberto Alvim
A divulgação da peça publicitária acontece cerca de quatro meses depois da polêmica envolvendo o ex-secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim. Ele postou um vídeo que copia discurso e estética de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda na Alemanha Nazista.
Após forte pressão da sociedade e da classe artística, Alvim foi demitido e a publicação foi apagada.
Wajngarten fez uma postagem rebatendo matéria do Uol sobre os escritos. Segundo ele, a comparação é uma "ilação canalha". "Esquecem dos ensinamentos judaicos recebidos por mim e por boa parte da minha equipe, e da tradição de trabalho do povo judeu de lutar por sua liberdade econômica", disse.