Secretário bolsonarista da PGR quer impedir Facebook de banir discurso de ódio

No Twitter, Aílton Benedito é conhecido por criticar políticos de esquerda, a quem chama de “esquerdopatas”, e por defender o presidente Jair Bolsonaro

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O secretário de Direitos Humanos da Procuradoria Geral da República (PGR), Aílton Benedito, indicado por Augusto Aras antes mesmo de assumir o cargo, quer impedir o Facebook de banir publicações com mensagens de ódio, violência, exploração sexual e conteúdo cruel. No Twitter, o procurador é conhecido por criticar políticos de esquerda e por defender o presidente Jair Bolsonaro. As investidas do procurador contra a rede social ocorrem desde o início do ano, antes mesmo de assumir o cargo na PGR. Por duas vezes Benedito tentou, de forma independente, impedir que o Facebook banisse tal conteúdo. Uma cláusula do termo proposto por Benedito previa que a rede social deveria deixar de aplicar sanções por iniciativa própria contra usuários que tivessem publicado qualquer postagem classificada pela rede social como “conteúdo questionável”. Augusto Aras também já atuou de forma semelhante, desta vez em um processo envolvendo o Google. Na semana passada, o PGR encaminhou parecer referente a uma ação sobre ofensas proferidas na rede social Orkut contra uma professora. No documento, o procurador-geral disse que não cabe às empresas de tecnologia fazer o controle prévio das postagens sob pena de a prática implicar em censura. Além de ataques a políticos de esquerda, Benedito também é conhecido por disparar comentários agressivos contra jornalistas do Intercept Brasil, em especial Glenn Greenwald, a quem ele se refere como “Verdevaldo”, que seria uma “tradução” de Greenwald.