Secretário de Doria sobre escolas cívico-militares: “É difícil aderir a um programa que você não sabe o que é”

A secretaria considera que não está claro quem vai gerir a escola —se os militares ou a secretaria—, quem mandará neles e que papel exercerão nos colégios

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“É difícil aderir a um programa que você não sabe o que é. Nos deixa absolutamente em dúvida”. Com esta frase, o secretário de Educação do estado de São Paulo, Rossieli Soares da Silva, enviou um ofício com 23 perguntas ao Ministério da Educação tentando esclarecer os termos do programa de escolas cívico-militares. O estado não aderiu até agora ao projeto. O prazo de adesão definido pelo MEC era até a sexta-feira (27). Além de enviar as perguntas, a secretaria paulista pediu novo prazo para estudar melhor o projeto. O ministério ainda não respondeu. A proposta de implantação das escolas cívico-militares é uma das principais do governo de Jair Bolsonaro para a educação. A secretaria considera que não está claro quem vai gerir a escola —se os militares ou a secretaria—, quem mandará neles e que papel exercerão nos colégios. Outras questões, como a hierárquica geral também preocupam. “Como será a relação com as Forças Armadas [e o governo de SP], instâncias federativas autônomas?”, questiona o secretário. “A quem se recorre se algo não estiver ocorrendo bem?” O MEC anunciou que destinará R$ 1 milhão por ano para cada escola. Não há informações, no entanto, sobre como o dinheiro poderá ser usado. Rossieli questiona quem pagará o salário dos professores e o uniforme das crianças, em geral mais caro que o das outras unidades. Pela oferta do MEC, duas escolas paulistas poderão ser selecionadas para o programa. O estado tem 5.400 unidades escolares. Com informações da coluna de Mônica Bergamo