Sem acordo: Alexandre de Moraes nega liberdade a Zé Trovão

O ministro do STF apontou que o bolsonarista segue foragido e, por isso, decidiu manter pedido de prisão preventiva

O bolsonarista Zé Trovão | Reprodução
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Cerca de uma semana após o bolsonarista Zé Trovão dizer que havia um "acordo" para mantê-lo em liberdade, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou revogar prisão preventiva.

Tendo em vista que o apoiador de Jair Bolsonaro segue foragido, no México, Moraes negou pedido da defesa nesta terça-feira (21).

"A prisão não foi efetivada até o presente momento, pois, conforme amplamente noticiado, o investigado evadiu-se do território nacional, fato por ele admitido, firmando esconderijo no México, após transitar pelo Panamá, de onde continuou a publicar vídeos incentivando atos violentos de protesto e a ofender a instituição do Supremo Tribunal Federal, revelando seu completo desprezo pelo Poder Judiciário", aponta o ministro.

"A fuga do distrito da culpa constitui fundamento idôneo para a manutenção da prisão preventiva, não só para a garantia da ordem pública, mas também para assegurar a aplicação da lei penal", destaca.

Em vídeo publicado na última quinta-feira (15), Zé Trovão se dizia à espera da revogação. "Continuo no aguardo da minha liberdade, da revogação da minha prisão. A esperança não se acaba. Não sei quanto tempo ainda vai levar, mas acredito muito que vai acontecer em breve. Existe um acordo e esse acordo deve ser respeitado. No momento propício vai acontecer”, disse.

Zé Trovão “recuou”, mas não adiantou

Antes de ter o pedido de habeas corpus negado, Zé Trovão bem que tentou acompanhar Jair Bolsonaro e tentar melhorar sua situação ao pedir para que os caminhoneiros interrompam os bloqueios que estavam efetuando.

Nas imagens, difundidas em grupos de WhatsApp, Zé Trovão fala em “respeitar um pedido que o presidente nos fez” e diz que Bolsonaro “colocou a sua popularidade abaixo da gestão para que o Brasil tenha equilíbrio, e que isso é muito importante”.

O fato é que o homem que se intitula líder dos caminhoneiros foi usado por Bolsonaro, que incentivou o radicalismo da categoria com suas bravatas e discurso autoritário, mas recuou no desígnio golpista, com nota oficial, após perceber a grande repercussão negativa no mundo político de seu vexame no 7 de Setembro, que chegou até mesmo a colocar o impeachment do presidente no horizonte.

Desamparado, Zé Trovão, que embarcou na aventura do golpe, agora é procurado pela Justiça Federal e tenta desesperado conseguir asilo político no México, para onde voou pouco antes de sua ordem de prisão ser assinada por Moraes.

Com informações da Conjur e do Estado de S. Paulo