Sem apresentar dados, ministro da Educação defende militarização das escolas

Vélez sequer conseguiu responder a questionamentos dos parlamentares da Comissão de Educação da Câmara sobre a proposta

Ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez - Foto: Agência Brasil
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O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, defendeu, nesta quarta-feira (27), na Câmara dos Deputados, a presença de policiais em unidades de ensino da rede pública. À Comissão de Educação da Casa, ele falou sobre suposta melhoria na segurança a partir no modelo de escolas cívico-militares, mas não conseguiu apontar qualquer dado concreto que justifique a posição. A deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) solicitou que o titular do MEC apresentasse estatísticas sobre os impactos de projetos semelhantes em outros países, mas Vélez informou que não possui esse tipo de dado. Leia também Vélez Rodriguez compara Brasil atual com Colômbia de Pablo Escobar e gera revolta na Câmara Para sustentar o modelo – que, segundo ele, pode ser cofinanciado junto aos municípios por recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica) –, o ministro afirmou que a presença de agentes de segurança do estado na gestão das unidades já afastaria traficantes das escolas. Armas? Vélez só explicitou que não defendia a entrada de armas de fogo ao ser pressionado pelo deputado Aliel Machado (PSB-PR), responsável pelo requerimento que o levou a dialogar com o colegiado. Ainda assim, a posição do ministro gerou reações, como a do Professor Israel Batista (PV-DF): “Eu troco um policial pela psicopedagogia”, pontuou. O parlamentou empregou a frase ao rebater a tese corroborada por Vélez Rodriguez de que a presença de agentes de segurança evitaria o massacre ocorrido, neste mês, em uma escola estadual de Suzano (SP). O ministro, aliás, disse que não obteve respostas da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo sobre sua proposta de implantar o modelo cívico-militar na unidade.   Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.