Sem máscara, bolsonaristas se aglomeram em ato pelo voto impresso na Esplanada

No mesmo dia, presidente do TSE afirmou que voto impresso é "anacronismo"

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Com dois carros de som, um grupo de bolsonaristas, incluindo parlamentares, como a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), realizou na manhã deste domingo (6) uma manifestação em frente à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, pedindo a volta do voto impresso.

Influenciados por Jair Bolsonaro, os manifestantes acreditam que a urna eletrônica não é segura e já preparam terreno para a contestação dos resultados eleitorais em 2022. O próprio presidente já afirmou, por mais de uma vez, que há indícios de fraude na eleição de 2018, sem nunca ter apresentado, no entanto, esses indícios.

A retórica bolsonarista sobre fraude é, na verdade, já a construção de uma narrativa para a próxima eleição presidencial, já que supostas irregularidades no pleito de 2018 anulariam a eleição do próprio Bolsonaro.

No mesmo dia do ato pelo voto impresso, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, concedeu uma entrevista à Folha de S. Paulo em que rejeitou a tese de que as urnas não são seguras e afirmou que uma volta ao voto impresso é "anacronismo".

“Por que não tenho simpatia pelo voto impresso? Em primeiro lugar, pelo fato de que ao tempo que tínhamos voto impresso é que tinha muita fraude. Na verdade desde 1996 nunca se noticiou uma fraude sequer. O voto em cédula é de um anacronismo, com todo respeito a quem pense diferente”, alfinetou o magistrado.

Na manifestação dos bolsonaristas em Brasília houve aglomeração e a maioria dos participantes não usava máscara de proteção contra a Covid-19.