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Não há cenário mais incômodo para a corte, explicam aliados de Fachin, do que decidir uma questão em tese com um caso concreto como pano de fundo. Hoje, o STF tende a derrubar o afastamento. Veja como votou cada senador aqui
Da Redação*
Uma saída pelo meio. Nem confirmar e nem reverter a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal federal. Foi isso o que o Senado decidiu nesta terça-feira (3), por 50 votos a 21. A votação sobre o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi adiada para o próximo dia 17 de outubro.
Isso porque parte dos parlamentares defendeu ser preciso aguardar a decisão do STF, marcada para o próximo dia 11, sobre o procedimento a ser adotado quando parlamentares forem afastados do mandato por determinação judicial.
O plenário aprovou, após três horas de discussão, um requerimento apresentado por Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
Aécio foi afastado do mandato parlamentar na semana passada, por determinação da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).
De acordo com informações do Painel, da Folha, ao adiar deliberação sobre a decisão do STF que afastou Aécio, o Senado assumiu altíssimo risco. Os que articularam o recuo disseram torcer para que o plenário da corte mude o entendimento. Se a expectativa não se confirmar, o Legislativo ficará diante de situação ainda mais grave. Fará seu juízo após um acórdão — não de uma turma, mas de todo o Supremo — que colocará uma espada sobre a cabeça dos pares investigados.
Relator de recurso impetrado por Aécio, o ministro Edson Fachin comentou com pessoas próximas no Supremo, antes de recusar o pedido, que vê o cenário atual como uma “situação limite”. Mesmo o passo atrás dado pelo Senado não é visto por pessoas alinhadas a ele como solução.
Não há cenário mais incômodo para a corte, explicam esses aliados de Fachin, do que decidir uma questão em tese com um caso concreto como pano de fundo. Hoje, o STF tende a derrubar o afastamento.
Fachin liberou a ação que definirá o futuro de Aécio para julgamento sem que ela estivesse completamente instruída. Faltava um parecer da AGU. Fez isso a pedido da presidente, ministra Cármen Lúcia. Queria dar sinal de boa vontade.
Veja abaixo como votou cada senador:
Votos "sim" (pelo adiamento)
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Alvaro Dias (Pode-PR)
Ana Amélia (PP-RS)
Ângela Portela (PDT-RR)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Armando Monteiro (PTB-PE)
Cidinho Santos (PR-MT)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Dário Berger (PMDB-SC)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Elmano Férrer (PMDB-PI)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Fernando Coelho (PMDB-PE)
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Hélio José (PMDB-DF)
Humberto Costa (PT-PE)
Ivo Cassol (PP-RO)
João Capiberibe (PSB-AP)
Jorge Viana (PT-AC)
José Maranhão (PMDB-PB)
José Medeiros (Pode-MT)
José Pimentel (PT-CE)
Kátia Abreu (PMDB-TO)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Lúcia Vânia (PSB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Marta suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Regina Sousa (PT-PI)
Reguffe (Sem partido-DF)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Roberto Muniz (PP-BA)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Teber (PMDB-MS)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Votos "não" (contra o adiamento)
Airton Sandoval (PMDB-SP)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Dalírio Beber (PSDB-SC)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Fernando Collor (PTC-AL)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
José Agripino Maia (DEM-RN)
José Serra (PSDB-SP)
Lasier Martins (PSD-RS)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roberto Rocha (sem partido-MA)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Zeze Perrella (PMDB-MG)
*Com informações do G1 e do Painel da Folha
Foto: Lula Marques/AGPT