Senado pretende investigar tratado secreto na Usina de Itaipu

O escândalo envolve a compra e venda do excedente de energia elétrica produzida de Itaipu, que seria “atravessada” por gente ligada ao clã Bolsonaro

Bolsonaro e Mario Abdo Benítez, presidente do Paraguai (Foto: Divulgação/PR)
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Em meio ao escândalo que pode acarretar no impeachment do presidente do Paraguai, foi aprovado nesta quinta-feira (8) na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal o requerimento 52/2019, para criar uma subcomissão para investigar o escândalo do tratado secreto entre a Usina de Itaipu com o governo do Paraguai e que envolve uma empresa ligada ao clã Bolsonaro. A imprensa paraguaia vem denunciando um supostos esquema entre o presidente e o vice-presidente locais, Mário Abdo Benitez e Hugo Velázquez, respectivamente, com o empresário Alexandre Giordano, suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP). Giordano é tido como o intermediário do esquema que alterou o acordo de Itaipu com o objetivo de favorecer a empresa Léros, que teria vínculo com a Família Bolsonaro. O acerto foi cancelado após o escândalo estalar uma crise no Paraguai que ameaça o presidente Mario Abdo e seu vice com um processo de impeachment. O escândalo envolve a compra e venda do excedente de energia elétrica produzida pela Itaipu que, ainda de acordo com a imprensa do Paraguai, seria “atravessada” por gente ligada a Bolsonaro. Na terça (6) o Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou um pedido de investigação à Procuradoria-Geral da República (PGR). O partido abriu representação contra o presidente Jair Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo e o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna. O PT alerta que, apesar do acordo ter sido cancelado, se não fosse a denúncia de técnicos da estatal ANDE e a divulgação dos termos secretos do contrato por parte da imprensa paraguaia, “um esquema corrupto de negócio já estaria em andamento”. “Na prática, o acordo foi concebido por agentes privados diretamente interessados no negócio, para enriquecerem às custas dos dois Estados”, diz nota da bancada da sigla.