Senadores querem enviar relatório da CPI do Genocídio ao Tribunal de Haia

Nesta sexta, o senador Rogério Carvalho (PT) cobrou "prisão perpétua" para os envolvidos na tragédia de Manaus

Foto: Alan Santos/PR
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O chamado "G7", grupo formado por senadores de oposição e independentes da CPI do Genocídio, pretende enviar o relatório final da comissão ao Tribunal Penal Internacional (TPI), localizado em Haia, nos Países Baixos. A CPI completou 45 dias nesta sexta-feira (11), o equivalente a metade do período previsto inicialmente.

Segundo informações da jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, a CPI pretende ouvir juristas nas próximas semanas para das embasamento legal à apresentação que será feita ao tribunal internacional com pedido de julgamento do governo Jair Bolsonaro pro crime contra a humanidade.

Em entrevista a O Antagonista, o senador Otto Alencar (PSD-BA) confirmou a intenção de acionar o TPI. “Vamos denunciar [Bolsonaro] à Corte de Haia para que eles tomem conhecimento sobre o que aconteceu no Brasil”, afirmou.

“Eu acho que nós vamos chegar a um termo para responsabilizar integrantes do governo federal por ação e omissão. Foram 480 mil mortes, vamos chegar a 500 mil ou mais do que isso. É uma cidade grande que desapareceu no Brasil. Destes mortos, 320 mil são pessoas com mais de 60 anos. Foi o pai, o avô que deixou de prover o filho e o neto”, disse ainda.

Durante sessão realizada nesta sexta, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) também adotou um tom duro, indicando que poderia pedir prisão perpétua de Bolsonaro.

"Tem uma coisa que é a fé pública. Se a pessoa virou presidente, ele tem, no mínimo, uma credibilidade. Se ele fala, aquela declaração tem um grau de fé pública e isso está sendo usado para levar as pessoas à morte deliberadamente”, afirmou o senador. "O que foi feito em Manaus foi um experimento com seres humanos. Se for apurado com lupa é para dar prisão perpétua", completou.

Para Carvalho, as investigações que estão sendo realizadas na comissão e estudos como o do epidemiologista Pedro Hallal mostram que “o crime de extermínio está se configurando”. “É preciso responsabilizar essas pessoas”, cobrou.