Sergio Moro será visto e ouvido nesta terça-feira na Câmara; e tem muito a explicar

Ainda mais acuado, Moro chega à Câmara diante de novas denúncias, que comprovam mais que sua parcialidade, seu partidarismo, e que provocou reações até mesmo entre os procuradores da Lava Jato

Bolsonaro e Sergio Moro (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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O feitiço se volta contra o feiticeiro. A tensão e o clima intimidatório das sessões conduzidas com pompa e arrogância pelo então juiz Sergio Moro contra os suspeitos da Lava Jato na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba se voltarão contra o político e atual ministro da Justiça Sergio Moro na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal nesta terça-feira (2). Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo Após buscar abrigo nos Estados Unidos durante viagem com agenda secreta e dos ruídos das fracassadas manifestações de domingo (30), Moro será visto e ouvido por deputados que muitas vezes foram julgados e achacados em discursos do ex-juiz e de procuradores da Lava Jato contra o sistema político. Moro deverá enfrentar um clima bem mais tenso do que aquele que encontrou durante as cerca de 9 horas que depôs na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, contando com grande parte da tropa bolsonarista a seu favor. No Senado, o ministro usou a palavra sensacionalismo 34 vezes, não para descrever as ações muitas vezes estapafúrdias autorizadas por ele quando esteve à frente da Lava Jato, mas para tentar dar um tom pejorativos aos métodos jornalísticos do site The Intercept. Ainda mais acuado, Moro chega à Câmara diante de novas denúncias, que comprovam mais que sua parcialidade, seu partidarismo, e que provocou reações até mesmo entre os procuradores da Lava Jato. Apoiado pelo mesmo grupo de radicais que serviu de base para alçar Jair Bolsonaro à Presidência, Moro hoje se agarra às saias do presidente para se manter apeado ao poder político que tanto criticou. Nesta terça-feira (2), no entanto, será visto e ouvido por muitos dos políticos que tentou criminalizar. E terá muito a se explicar sobre as ligações espúrias que manteve para conduzir um processo político que resultou no golpe de Dilma Rousseff e aprisinou o ex-presidente Lula para eleger o governo do qual hoje é parte.