Alvo de uma operação da Polícia Federal no âmbito da Lava Jato nesta terça-feira (21), o senador José Serra (PSDB-SP) está internado desde junho, para tratamento médico, em um spa no interior de São Paulo.
Ao Brodcast Político, do Estadão, a assessoria do tucano confirmou que ele está internado no local e que trabalha remotamente por ser do grupo de risco da Covid-19. Serra está com 78 anos.
De acordo com o jornal, outras pessoas que estão no spa teriam conversado com o senador e relatado que ele está "bastante abatido". Ele teria, inclusive, precisado de ajuda para caminhar quando tentou, nesta terça-feira, se deslocar para assistir a uma palestra com uma nutricionista.
Operação
As investigações da operação da PF deflagrada nesta terça-feira miram crimes eleitorais praticados por Serra em sua campanha de 2014 ao Senado. Ele é acusado de receber doações eleitorais não contabilizadas que totalizam R$ 5 milhões.
O fundador e acionista da empresa de planos de saúde Qualicorp, José Seripieri Júnior, foi preso. Segundo a investigação, os pagamentos a Serra foram realizados a mando do executivo.
Busca no gabinete suspensa
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, concedeu liminar suspendendo a busca e apreensão determinada pela primeira instância no gabinete de Serra.
Toffoli diz que, inicialmente, a decisão da 1ª Vara Eleitoral de São Paulo “pode conduzir à apreensão de documentos relacionados ao desempenho da atividade parlamentar do Senador da República, que não guardam identidade com o objeto da investigação”.
“Sem prejuízo de reanálise pelo eminente Relator, defiro a liminar para suspender a ordem judicial de busca e apreensão proferida em 21 de julho de 2020 pelo Juiz Marcelo Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, nas dependências do Senado Federal, mais especificamente no gabinete do Senador José Serra”, decidiu.
Lavagem internacional
No dia 3, Serra e a filha, Verônica, foram denunciados pela Lava Jato por lavagem internacional de dinheiro e alvos da operação “Revoada”, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao hoje senador tucano.