O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI do Genocídio, protestou nesta segunda-feira (21) contra o ataque feito nesta tarde pelo presidente Jair Bolsonaro contra a jornalista Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo. O congressista relacionou o episódio com a ação movida pela oncologista negacionista Nise Yamaguchi contra ele e o senador Otto Alencar (PSD-BA).
"Desejo os melhores sentimentos para a jornalista Laurene Santos, que foi vítima de agressão verbal por parte do presidente da República. Gostemos ou não, o jornalismo sério é fundamental em qualquer democracia e os que fazem disso sua lida devem ser respeitados", escreveu o parlamentar.
"Espero que os ‘defensores’ da médica Nise Yamaguchi se solidarizem com a jornalista e que os advogados dela processem o senhor Jair Bolsonaro pelo show de misoginia desta tarde. Laurene não esmoreça. Seu trabalho é importante para o Brasil melhor que todos sonhamos", prosseguiu o senador.
Yamaguchi pede à Justiça uma indenização R$ 160 mil de Aziz e Alencar por danos morais, o que totalizaria R$ 320 mil. Os advogados da médica alegam que ela teria sido humilhada durante depoimento à CPI no dia 1º de junho.
Na ocasião, a médica citou estudo descontinuado para defender a cloroquina, remédio que não tem eficácia comprovada contra a Covid, e foi rebatida pelos senadores, principalmente por Otto Alencar, que é médico.
Em dado momento, Alencar colocou os conhecimentos científicos de Nise em xeque e ainda perguntou se ela sabia a diferença entre um vírus e um protozoário – e não obteve resposta. A oncologista classificou isso como "massacre moral" e disse ser alvo de misoginia.
Nise é apontada como uma das integrantes do chamado “gabinete paralelo” que abastecia o presidente Jair Bolsonaro com orientações negacionistas, inclusive pregando contra as vacinas.