Situação econômica do Piauí e crise política fazem Wellington Dias andar no fio da navalha

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A situação política do governador Wellington Dias é extremamente delicada. Pela primeira vez governa o Piauí sendo oposição ao Governo Federal. Mesmo assim precisa estabelecer um bom diálogo com Brasília já que até em tempos de vacas gordas o Piauí depende do governo central Por Oscar de Barros, em seu blog no 180 Graus  As crises políticas que um país atravessa, afetam sua economia e ninguém é sabedor dos seus desfechos. O Brasil se arrasta a longo tempo nesta situação. Ela já foi até motivo para a deposição de uma presidenta honesta. Diziam que era tirar Dilma Rousseff num dia e, no outro, a economia iria melhorar. O que os fatos mostram, é que a situação econômica do país está cada dia pior. Para ficar num exemplo, em julho houve uma queda de 0,8% do setor de serviços frente ao mês anterior – dados do IBGE. Os serviços representam praticamente 70% do PIB brasileiro e, portanto, seu efeito negativo, em tese,  é quase quatro vezes maior que o  efeito positivo da elevação em 0,8% do setor industrial. Os números anuais ainda são muito negativos. Devem melhorar, mas nada que indique um resultado ao final do ano muito diferente de zero. É uma ducha de água fria nos que, precipitadamente, agitam as bandeirinhas da retomada, confundindo sinais positivos com tendências sólidas. É neste contexto que está o Piauí. O Estado atravessa momento delicado. O Fundo de Participação do Estado oscila muito, crescendo em alguns meses e, caindo, noutros, e oscila porque é fruto do ambiente em que o país está inserido. Wellington Dias à frente do governo do Piauí tem o desafio de atravessar essa crise com os menores percalços possíveis na economia local. Por conta disso o governo tem se movimentado. Há contingenciamento de despesas, contratos foram e estão sendo revistos e a Secretaria de Fazenda está em busca de novas receitas permanentes e/ou extraordinárias. Cumprindo regras fiscais para receber operações de crédito, o governo tem conseguido dinheiro novo através de empréstimos. Estes recursos, no entanto, são destinados, exclusivamente, para a conclusão de obras já em andamento ou outras a se iniciar. Não podem ser usados nas Despesas Correntes do Estado. De qualquer forma, como o Estado vinha disponibilizando alguns milhões de suas receitas para não haver paralização das obras, isto agora é uma sobra que reforçará o pagamento do custeio da máquina pública e a folha de pessoal (despesas correntes). Mas ainda é pouco. Tanto que o governo tem anunciado a paralização de algumas obras em virtude de ter chegado ao limite de despesas. Segundo o governador Wellington Dias o Estado vai precisar de R$ 180 milhões para que não atrase a folha de pagamentos dos servidores estaduais. A situação política do governador Wellington Dias é extremamente delicada. Pela primeira vez governa o Piauí sendo oposição ao Governo Federal. Mesmo assim precisa estabelecer um bom diálogo com Brasília já que até em tempos de vacas gordas o Piauí depende do governo central. Em suas bases do Partido dos Trabalhadores, Wellington Dias vê a militância chamar governistas de Brasília de golpistas. Mas é com esses cidadãos que Wellington Dias conta para que as finanças do Estado não se degringolem. Com a habilidade política que trouxe do berço e a aprimorou ao longo da caminhada pública, Wellington Dias segue caminhando no fio da navalha.