STF abre inquérito para investigar racismo de Weintraub contra chineses

No começo do mês, ministro ironizou sotaque de imigrantes e acusou a China de se beneficiar do coronavírus. Conduta é punível com um a três anos de prisão e multa

O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub (Reprodução/Twitter)
Escrito en POLÍTICA el

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de inquérito para investigar um possível crime de racismo por parte do ministro da Educação, Abraham Weintraub, contra chineses. Decisão foi do ministro Celso de Mello, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

No começo do mês, Weintraub insinuou em suas redes sociais que a China estaria obtendo benefícios através da pandemia de Covid-19. Ministro utilizou uma personagem da Turma da Mônica para fazer o comentário xenofóbico.

Weintraub postou a capa de uma edição do gibi que se passa na China e usou a fala típica do personagem Cebolinha, que troca o R pelo L, para ridicularizar o sotaque de imigrantes asiáticos que falam português.

“Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo?”, escreveu o ministro.

Segundo o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, a conduta do ministro poderia configurar em infração penal prevista na lei que define os crimes resultantes de preconceito. A conduta é punível com um a três anos de prisão e multa.

Na época, a própria embaixada da China no Brasil respondeu ao ministro acusando-o de racismo. “Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”, dizia a nota da entidade.