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Por meio do ministro Gilmar Mendes, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai acionar a PGR (Procuradoria-Geral da República) para buscar verificar a autenticidade dos arquivos da Vaza Jato com conversas entre procuradores e o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro. O objetivo é validar juridicamente as mensagens de Telegram envolvendo integrantes da operação.
Outros integrantes do STF apoiam o movimento de Gilmar nos bastidores. As mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil em parceria com outros veículos mostram a relação entre Moro e procuradores, incluindo o chefe da operação, Deltan Dallagnol, que demonstram imparcialidade do ex-juiz e a má conduta da força-tarefa.
Se a apuração atestar oficialmente a veracidade das mensagens, estas poderão ser usadas em processos com eventuais impactos sobre decisões judiciais e agentes públicos que atuaram na Lava Jato.
A senha para que a corte adotasse uma medida foi dada na quarta-feira (2), no plenário, pelo subprocurador-geral Alcides Martins, designado pelo novo procurador-geral, Augusto Aras, para representar a PGR naquela sessão.
Momentos antes, na sessão, Gilmar criticara os métodos da Lava Jato com base nas mensagens já divulgadas pelo Intercept. O magistrado leu trechos das conversas dos procuradores e apontou indícios de ilegalidades.
“Queria deixar aqui patente a minha preocupação com todas as colocações feitas pelo eminente ministro Gilmar Mendes. Não me cabe fazer nenhum juízo de valor, seja em relação às pessoas, seja em relação às instituições, [aos] atos, à gravidade deles que foi referida”, disse Martins.
“Se me permite, ministro Gilmar, se pudesse encaminhar esses elementos à Procuradoria-Geral para que fossem avaliados por quem é de direito, porque o que referiu é de extrema gravidade.”
Gilmar decidiu enviar ofício à PGR solicitando que a instituição analise indícios de desvios funcionais de membros do Ministério Público citados por ele, o que pode demandar análise das mensagens.
Integrantes da nova composição da PGR têm sinalizado interesse em analisar tecnicamente os arquivos de texto.
Em entrevista à Folha na semana passada, Aras disse que, se validadas, as mensagens poderão servir para embasar eventuais procedimentos no CNMP (Conselho Superior do Ministério Público).
Com informações da Folha