Submisso a Bolsonaro, Queiroga diz que quer ser lembrado como "homem que acabou com a pandemia"

Delirante, o ministro Marcelo Queiroga sonha em ser aquilo que está longe de alcançar

Jair Bolsonaro e Marcelo Queiroga (Foto: Myke Sena/MS)
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, parece que se deslumbrou com o cargo no Governo Federal e sonha em "entrar para história" com uma responsabilidade que está longe de ser dele. Pau mandado do presidente Jair Bolsonaro, Queiroga acredita que pode ser o homem que acabou com a pandemia de Covid-19. O Brasil registra mais de 624 mil mortes pelo vírus Sars-Cov-2, metade delas ocorreu durante a gestão Queiroga.

"Eu quero que (a história) me defina como o homem que acabou com a pandemia da Covid-19", disse Queiroga em entrevista a Renata Mariz, Melissa Duarte e Thiago Bronzatto, de O Globo. O bolsonarista se comparou ao sanitarista Carlos Chagas, um dos maiores nomes da medicina brasileira da história.

"Admiro muito o Carlos Chagas. Não que eu seja nem um décimo do que ele foi. Deveria ter recebido o Prêmio Nobel de Medicina pelas pesquisas em relação à doença de Chagas. Então eu quero ser lembrado dessa forma", disse.

Queiroga foi o quarto ministro a assumir a Saúde do governo Jair Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19. O ministro, que colher os louros do avanço da vacinação contra a Covid-19, se curvou diversas vezes às decisões do presidente. Ele nunca rebateu publicamente a campanha negacionista em prol da hidroxicloroquina, nem defendeu o isolamento social rígido.

Campanha negacionista

Durante a vacinação infantil, Queiroga expôs sua face mais lamentável. O cardiologista patrocinou uma campanha antivacina, colocando em dúvida a segurança do imunizante pediátrico e participando de uma episódio lamentável ao lado da ministra Damares Alves, dos Direitos Humanos, em que ambos visitaram uma menina de 10 anos que teve uma parada cardíaca na terça-feira (18), 12h após ser vacinada contra a Covid-19.

A visita foi feita após o Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, composto por inúmeros especialistas, concluir que a parada cardíaca da criança não teve nenhuma relação com o imunizante.

O ministro ainda mentiu dizendo que haveria 4 mil mortes comprovadamente relacionadas às vacinas contra a Covid-19 registradas no Brasil. Boletim do ministério aponta para 11 casos.

CPI acusou Marcelo Queiroga por crime de epidemia

O relatório final da CPI, aprovado por 7 votos a 4 no dia 26 de novembro, solicitou o indiciamento do ministro Marcelo Queiroga junto a outras 77 pessoas e duas empresas (Precisa Medicamentos e VTC Log). O texto foi entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR), ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Penal Internacional, de Haia.

O ministro foi acusado de crime de epidemia com resultado em morte e prevaricação.

O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, foi acusado por: crime de epidemia com resultado de morte (até 30 anos de prisão); infração de medidas sanitárias preventivas (até 1 ano de prisão); charlatanismo (até 1 ano de prisão); incitação ao crime (até 6 meses de prisão); falsificação de documento (até 5 anos de prisão); emprego irregular de verba pública (até 3 meses de prisão); prevaricação (até 1 ano de prisão); e crimes contra a humanidade (até 40 anos de prisão).

Há três modalidades de crimes contra a humanidade listadas: extermínio, perseguição e outros atos desumanos.