Suplicy desiste de pré-candidatura a prefeito de SP

Em nota, vereador explica que abre mão da candidatura para se dedicar integralmente à implementação da Renda Básica no Brasil

Suplicy. Foto: Pedro França/MinC
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O vereador e ex-senador Eduardo Suplicy (PT) anunciou nesta segunda-feira (11), em nota à imprensa, que desistiu de concorrer à prefeitura de São Paulo nas próximas eleições. Suplicy afirma que abre mão da candidatura para dedicar "todas as suas energias" à implementação da Renda Básica no Brasil.

O vereador havia participado, nesta segunda, de um debate da Fórum, Jornalistas Livres e Nocaute sobre sua pré-candidatura à prefeitura da capital paulista. Também estavam presentes os demais pré-candidatos do partido ao mesmo cargo.

"Observei que em nosso debate, em função da interação que tive com os demais candidatos, todos eles colocaram como meta a implantação da Renda Básica de Cidadania em São Paulo e no Brasil se qualquer deles for eleito", afirma Suplicy em nota.

"Em vista deste quadro, resolvi que de fato continuarei esta batalha pelo objetivo maior de colaborar para que a Renda Básica de Cidadania, Incondicional e Universal se torne uma realidade o quanto antes, ainda durante a minha vida, abrindo mão de ser agora pré-candidato a Prefeito de São Paulo, permitindo portanto que essa escolha fique para que companheiros mais moços, pelos quais tenho o maior apreço, possam estar disputando a preferência dos filiados do PT", continuou.

O vereador havia anunciado sua pré-candidatura em dezembro de 2019, aos 78 anos. Além de senador, o hoje vereador já foi deputado federal, deputado estadual e secretário de Direitos Humanos durante a gestão Haddad na capital paulista.

Confira a nota completa:

Na abertura dos debates entre os pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Paulo, realizado hoje por Nocaute, Jornalistas Livres e Fórum, com a mediação de Fernando Morais e Laura Capriglione, eu afirmei que, após muito meditar, avaliei melhor dedicar todas as minhas energias à realização do ideal que abracei de ajudar a implantação da Renda Básica de Cidadania no Brasil e nos mais diversos países do planeta Terra. Em minha última viagem à Índia, por ocasião do XIX Congresso Internacional da Basic Income Earth Network, BIEN, em diálogo com amigos como Philippe Van Parijs, Guy Standing, Karl Widerquist e Mônica Dallari muitas pessoas recomendaram que eu agora pudesse estar dedicando minhas energias a ajudar que a Renda Básica se tornasse uma realidade nas mais diversas cidades brasileiras, como Maricá e Santo Antônio do P inhal, n os mais diversos Estados, assim como  na Namíbia, na África do Sul, na Coréia do Sul, na Austrália, no Canadá, no Uruguai e na Argentina.

Nesses mais de 40 dias de recolhimento em casa realizei 61 conversas ao vivo com pessoas das mais diversas cidades brasileiras, e também com Londres e Lisboa, que queriam eu dialogasse sobre o enorme interesse que se desenvolveu sobre a Renda Básica, inclusive com a aprovação unânime e implantação do Auxílio Emergencial temporário no Brasil, mas que poderá vir a se transformar em permanente e universal. De todas estas cidades recebi convites para lá continuar o diálogo, logo que passar a pandemia. Observei que em nosso debate, em função da interação que tive com os demais candidatos, todos eles colocaram como meta a implantação da Renda Básica de Cidadania em São Paulo e no Brasil se qualquer deles for eleito.

Em vista deste quadro, resolvi que de fato continuarei esta batalha pelo objetivo maior de colaborar para que a Renda Básica de Cidadania, Incondicional e Universal se torne uma realidade o quanto antes, ainda durante a minha vida, abrindo mão de ser agora pré-candidato a Prefeito de São Paulo, permitindo portanto que essa escolha fique para que companheiros mais moços, pelos quais tenho o maior apreço, possam estar disputando a preferência dos filiados do PT.

Reafirmo aqui minha preferência que a Direção Municipal do PT possa realizar uma prévia a mais ampla possível, com todas pessoas filiadas, mesmo que o processo exija mais um ou dois meses. Por mim, permitiria que houvesse um processo aberto, amplamente divulgado, para que todos regularizem sua filiação, inclusive quem deseje ser novo filiado, convidando todos a votar em dia por todos acordado.