Tarso Genro (PT) promove encontro com Santos Cruz e ex-ministros da Defesa

O ex-ministro petista pregou um "grande processo de concertação política e estratégica em torno dos valores da democracia e da República"

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O Instituto Novos Paradigmas (INP), presidido pelo ex-ministro Tarso Genro (PT), promoveu na última sexta-feira (17) um debate virtual entre o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-secretário de Governo de Jair Bolsonaro, e outros três ex-ministros da Defesa além de Genro.

O debate "Democracia e República depois da Guerra Fria" contou com a presença de Genro, do general e dos ex-ministros Celso Amorim (PT), Nelson Jobim (MDB) e Raul Jungman (Cidadania). Essa foi a primeira vez que Santos Cruz se encontrou com lideranças petistas desde que saiu do governo Bolsonaro.

O presidente do INP disse que diálogos como o que ocorreu o "entusiasmam para um grande processo de concertação política e estratégica em torno dos valores da democracia e da República". "Participando de diálogos como esse é que eu tenho a fé de que nós vamos construir uma grande nação, uma grande nação democrática, republicano. Esses ", afirmou.

Na live, Santos Cruz afirmou que "não se deve arrastar as Forças Armadas para o jogo político". “Nós estamos vivendo uma conjuntura disfuncional, infelizmente, com desrespeito instituído, que se amplia nos fenômenos das redes sociais", disse.

"Nós precisamos voltar a ter respeito pelas pessoas, pelos opositores, pelas instituições. Goste ou não goste de uma autoridade, não se pode utilizar o palavreado que estamos usando. Descemos ao nível mais baixo de comportamento achando que isso é liberdade. Então tem que restaurar esse respeito aos mecanismos constitucionais. Essa interpretação de poder moderador não tem o mínimo amparo constitucional e nem histórico. Não adianta procurar, fazer uma análise histórica e achar um fundamento moral para essa interferência. Não tem. Não tem nenhuma pista, nenhum indicativo de que as forças armadas devam interferir no funcionamento dos poderes”, afirmou o general.

Celso Amorim foi no mesmo caminho, defendendo que as Forças Armadas têm que ter uma certa "sacralidade" na sua ação, em favor dos interesses do Estado. “Isso tem a ver com Democracia e República, mas com a República, especialmente é agravada quando temos um presidente que se refere ao meu Exército. O Exército não é dele [Bolsonaro], é do povo brasileiro, é do Estado”, disse.

“Não quero isentar as FA, há comportamentos que eu critico, mas critico fundamentalmente o comportamento das elites que chamaram e de certa forma convocaram as Forças Armadas a darem opinião. Essa permeabilização do aparato em todas as funções não é boa para o Estado. Isso retira das FA aquela autoridade que eu vejo em outros países, como via nos EUA, na tentativa de invasão do Capitólio”, afirmou.

Confira aqui como foi o debate

Com informações do Instituo Novos Paradigmas e do Estado de S. Paulo