Tchau, querida: Joice Hasselmann diz que vai embora do país se eleição ficar entre Lula e Bolsonaro

Em entrevista a Jovem Pan, a ex-bolsonarista Joice Hasselmann repetiu bordão de Regina Duarte contra Lula. "Eu temo duas coisas: eu temo Lula e eu temo Bolsonaro. O melhor caminho, se houver essa polarização, é o passaporte e o aeroporto"

Joice Hasselmann e Jair Bolsonaro (Divulgação)
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Uma das principais artífices do processo que levou Jair Bolsonaro (Sem partido) ao poder, a ex-líder do governo na Câmara, Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou em entrevista a rádio Jovem Pan nesta quarta-feira (24) que tem medo que a eleição de 2022 seja decidida entre o atual presidente e o ex-presidente Lula, que retomou seus direitos políticos.

“Eu temo duas coisas: eu temo Lula e eu temo Bolsonaro. O melhor caminho, se houver essa polarização, é o passaporte e o aeroporto. Eu vou embora”, afirmou ela, repetindo o bordão que ficou famoso na voz de Regina Duarte contra Lula.

Quanto ao apoio a Bolsonaro, ela diz que jurou "lealdade" à bandeira anticorrupção e "não a uma pessoa".

"Não jurei lealdade a uma pessoa, jurei a uma bandeira. E ela continua, sigo exatamente onde estou. Bolsonaro não, ele é uma fraude. O filho dele acabou de comprar uma mansão de R$ 6 milhões, nem o Lula fez isso. Nem o tríplex do Lula custa isso”, comparou.

Fazendo as contas, a ex-bolsonarista falou que a família do presidente é uma "quadrilha de ladrões".

“Ele foi policia, ganhava menos que senador. Foi deputado, ganhava menos que senador. Sustenta uma mulher, duas filhas em escola particular. Vamos supor que ele ganhava o teto, porque ele não ganha: R$ 30 mil. Como é que alguém para R$ 10 mil de escola, empregada, comida? A família Bolsonaro inteira é uma quadrilha de ladrões. Todos roubam. Alguns são ladrões de galinha, outros mais sofisticados. Se não fossem, eu ainda estaria trabalhando ao lado deles pelo Brasil”, diz ela, sobre Bolsonaro, que está na política há quase 30 anos.

Joice, no entanto, diz que sabia que o atual presidente era "limitado", mas resolveu apoiá-lo porque representava "a mudança".

“Todos nós estávamos entorpecidos com aquele desejo de tirar o PT do poder depois do que fizeram pelo país. Talvez se nós tivéssemos apoiado João Amoedo teríamos uma outra história hoje. Mas eu não via vontade de ganhar nele. O Bolsonaro, naquele momento, representada mudança. Você acha que eu não sabia que ele era limitado? Claro que eu sabia. Mas quando você é honesto, o resto a gente resolve. Mas ele começou a ficar grande na cadeira, começou a achar que sabia mais que todo mundo. E deu no que deu".