TCU atropela Carlos Bolsonaro e manda Banco do Brasil suspender publicidade em sites de fake news

Mesmo após alerta, banco manteve publicidade em site de fake news após pressão do filho de Bolsonaro; com a decisão do TCU, presidente do BB pode ser alvo do inquérito das fake news no STF

Jair Bolsonaro e Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil (Divulgação)
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O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), determinou nesta quarta-feira (27) que o Banco do Brasil suspenda os contratos de publicidade que tem com sites de fake news.

A decisão vem no mesmo dia que a Polícia Federal deflagrou uma operação, no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura disseminação de fake news, contra empresários, deputados e blogueiros bolsonaristas. A investigação envolve ainda os filhos de Jair Bolsonaro, Carlos e Eduardo.

Alertado pelo movimento Sleeping Giants Brasil, na quarta-feira (20), o Banco do Brasil anunciou via redes sociais que “repudiamos qualquer disseminação de fake news” e anunciou a retirada e o bloqueio de anúncios no site. No mesmo dia, o filho de Jair Bolsonaro compartilhou o tuíte reclamando que “o marketing do Banco do Brasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas” e o banco acabou voltando atrás, mantendo a publicidade em um dos sites acusados de disseminar fake news em favor do governo, o Jornal da Cidade Online.

De acordo com o TCU, o Banco do Brasil gastou R$ 119 milhões em publicidade no ano de 2019 e foi um dos braços do governo para financiar sites de fake news pró-Jair Bolsonaro.

Além de determinar a suspensão dos contratos publicitários do BB, o ministro Bruno Dantas ainda autorizou o envio da cópia integral dos autos e todos dados e documentos ao STF. Desta maneira, o presidente do banco pode também vir a ser alvo do inquérito sobre fake news no STF que motivou a operação da Polícia Federal contra bolsonaristas nesta manhã.