Dono de um discurso incessante em defesa da corrupção, o ex-juiz e agora candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos) pode ter acarretado prejuízos aos cofres públicos ao ter saído da empresa Alvarez & Marsal para se lançar à política.
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na "Folha de S. Paulo", o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, determinou que a companhia revele quanto pagou a Moro depois que ele deixou a empresa, em outubro, para participar da corrida eleitoral de 2022.
Além disso, solicitou os contratos da Alvarez & Marsal em ordem cronológica, para saber a evolução dos negócios da companhia no Brasil desde a Lava Jato.
O ministro quer saber se a empresa foi beneficiada ao se envolver na recuperação da Odebrecht e de outras organizações investigadas por Moro, já que, conforme dito em despacho anterior, atos de Moro "naturalmente" contribuíram para a queda da empreiteira.
Ao justificar o pedido de investigação, o subprocurador-geral Lucas Furtado afirmou ser necessário apurar os prejuízos ocasionados aos cofres públicos por "operações supostamente ilegais" de integrantes da Lava Jato e de Moro "mediante práticas ilegítimas de revolving door", ou "porta giratória" - quando servidores públicos assumem postos como lobistas ou consultores na área de sua atividade anterior no serviço público.