Temer privatiza Eletrobras Norte e Nordeste logo após a Copa

Os detalhes devem ser confirmados nesta sexta-feira (15), com a expectativa de publicação do edital do leilão no Diário Oficial da União

Eletrobras - Foto: Divulgação
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Assim que terminar a Copa, o governo Temer terá mais uma surpresa pronta para entregar ao povo brasileiro. A privatização de seis distribuidoras da Eletrobras, nas regiões Norte e Nordeste, com previsão para ocorrer, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), no dia 26 de julho. Os detalhes devem ser confirmados nesta sexta-feira (15), com a expectativa de publicação do edital do leilão no Diário Oficial da União. De acordo com a estatal, as distribuidoras que serão vendidas são as seguintes: Eletrobras Distribuição Acre (Eletroacre), Eletrobras Distribuição Alagoas (Ceal), Eletrobras Distribuição Amazonas (Amazonas Energia), Eletrobras Distribuição Piauí (Cepisa), Eletrobras Distribuição Rondônia (Ceron) e Eletrobras Distribuição Roraima (Boa Vista). No dia 11 de junho, uma decisão liminar suspendeu por 90 dias o processo de privatização das distribuidoras da Eletrobras no Norte e Nordeste. Na mesma data, porém, durante a tarde, a liminar foi cassada. Privatização vai aumentar preços, dizem especialistas Uma audiência realizada em abril por vários especialistas no assunto pela comissão especial da Câmara dos Deputados constatou que a privatização da Eletrobras vai elevar o preço das tarifas de energia pagas pelos consumidores brasileiros. “Nós vamos botar uma usina da Eletrobras nas mãos da empresa privada e ela vai ditar o preço. Ela vai igualar o preço da uma [usina] hídrica ao preço de uma térmica. É essa a realidade”, criticou Nelson Hubner, ex-diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo ele, como o setor é muito oligopolizado, duas ou três grandes usinas nas mãos de um único agente privado – com a Eletrobras desestatizada – poderão impor o preço que quiser ao mercado. Para Hubner, o País está indo na contramão das nações onde a hidroeletricidade responde pela maior parte da matriz energética, como Estados Unidos e Noruega. No primeiro, o setor público controla 73% da produção hidrelétrica. “Todas as grandes usinas [hidrelétricas] americanas estão nas mãos do Estado, sem exceção”, comentou. Economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Gustavo Teixeira disse que o aumento das tarifas de luz se dará por dois canais: pela descotização das usinas da Eletrobras, prevista no PL 9463/18, e pela privatização de seis distribuidoras controladas pela estatal. Nota da Estatal Segundo a Eletrobras, as distribuidoras abrangem uma área de 2,4 milhões de quilômetros quadrados, correspondente a 29% do território nacional, onde vivem 13 milhões de habitantes. “O processo de desestatização das nossas distribuidoras faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos [PPI], com o objetivo de reforçar a coordenação das políticas de investimentos em infraestrutura por meio de parcerias com o setor privado. A desestatização permitirá que um novo acionista especializado em distribuição de energia elétrica otimize os recursos das empresas e realize os investimentos necessários para torná-las mais eficientes”, informou a estatal em sua página na internet. Com informações de Vladimir Platonow, da Agência Brasil e da Câmara