Em busca de um candidato para chamar de seu, a Globo promoveu um debate entre Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Alessandro Vieira (Cidadania) para tentar reverter o quase certo embate entre Jair Bolsonaro (Sem partido) e Lula (PT) nas eleições presidenciais de 2022.
O "debate", transmitido na noite deste domingo (26) na GloboNews, começou com a pergunta que não quer calar - e nenhum do postulantes quer responder: "Você abriria mão da sua pré-candidatura para fazer uma composição em torno de um projeto que seja mais competitivo?".
Além de Bolsonaro, as críticas à Lula - que é um dos alvos preferenciais da Globo à década - deram o tom do debate.
Apoiador de Bolsonaro em 2018, Alessandro Vieria se apresentou como fruto "do movimento de renovação que aconteceu em 2018" e repetiu os impropérios daquela eleição para tentar agradar os donos da emissora.
"O ataque à democracia não se dá somente através de tanques, ele se dá através de malas de dinheiro, e a gente viu isso muito claro no governo do PT", disse.
Mandetta, que foi escorraçado do governo Bolsonaro após "descobrir" o negacionismo logo no início da pandemia, disse que prefere o termo "melhor via" ao "terceira via" e sinalizou que ficará sem partido caso a fusão PSL/DEM apoie o atual presidente.
"Se for esse o caminho [apoio a Bolsonaro], pode ter certeza que eu não vou estar lá", disse o ex-ministro de Bolsonaro.
Já Ciro, que afirmou ter sido um "ministro feliz da vida" no governo Lula" - o qual classificou como "um bom governo" - repetiu sua estratégia de se alinhar aos termos midiáticos como "lulopetismo" e a Lula como "semeador de ilusões", repetiu chavões e teve como ponto alto dizer que "estive lá, mas eu avisei".
Um debate morno e sem propostas, como tem sido toda a tentativa de emplacar um candidato igualmente morno na terceira via, da Globo, nas eleições de 2022.