The Guardian e Washington Post repercutem demissão de Teich

Jornais destacam “as repetidas mudanças no comando das políticas de Saúde chegam em um momento particularmente crítico para o Brasil, com o país enfrentando o pior surto de coronavírus no hemisfério sul”

Foto: Marcos Corrêa/PR
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A demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, é um dos temas mais repercutidos do mundo no momento. Diários estadunidenses e europeus de grande prestígio, como o Washington Post e o The Guardian, destacam o fato de que o presidente Jair Bolsonaro conseguiu, em menos de dois meses, perder dois ministros da Saúde, em meio a uma das maiores crises mundiais de saúde.

Segundo o estadunidense Washington Post, “as repetidas mudanças no comando das políticas de Saúde no Brasil chegam em um momento particularmente crítico para o Brasil, com o país enfrentando o pior surto de coronavírus no hemisfério sul. Mais de 200 mil pessoas foram infectadas, das quais 14 mil morreram. O sistema de saúde pública mostra sinais de colapso em várias cidades”.

Por sua parte, o The Guardian relata que “Teich foi humilhado publicamente na segunda-feira (11), quando descobriu, durante uma entrevista coletiva, que o presidente havia emitido um decreto que classificava academias, salões de beleza e barbearias como serviços essenciais”.

Ambos os diários enfatizam que a razão pela saída de Teich foi a falta de um “alinhamento total” com a postura do presidente a respeito da pandemia de covid-19. O The Guardian lembrou que o antecessor, Luiz Henrique Mandetta, “perdeu o cargo por defender medidas de isolamento social, foi trocado por Teich, que seguia a linha do presidente nesse aspecto (…), mas acabou encontrando outros pontos de divergências, sobre a eficácia do medicamento cloroquina contra o coronavírus”.

O diário britânico também recordou que o Brasil é o país com maior crescimento em número de casos e mortes no mundo, com uma média de 10 mil contagiados nos últimos dias, e com um recorde de 844 falecimentos, registrado nesta quinta-feira (14).