"Titanic afundando": Bolsonaro ora com evangélicos ao som de violino e diz que vai indicar André Mendonça para o STF

Nenhum dos participantes do encontro que contou, inclusive, com apresentação musical, usava máscara de proteção

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O presidente Jair Bolsonaro se reuniu no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (20), com pastores evangélicos. No encontro, as lideranças religiosas fizeram pregações em apoio ao ex-militar e apreciaram uma apresentação musical, que contou com uma cantora e um violinista.

A cena repercutiu nas redes sociais com postagens irônicas comparando a reunião à famosa cena do filme "Titanic" em que músicos resolvem tocar enquanto o navio afunda.

"Senhores, foi um privilégio tocar com vocês esta noite", escreveu o jornalista Samuel Pancher junto a um vídeo que mostra um trecho da apresentação musical.

"Lembrei da cena do Titanic afundando e os violinistas tocando O Brasil é o Titanic e bolsonaro é o iceberg", postou outra usuária do Twitter em meio a inúmeras outras publicações irônicas do tipo.

https://twitter.com/SamPancher/status/1384611152920027136

Na reunião, segundo interlocutores, Bolsonaro teria dito que o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, é o favorito para assumir a cadeira de Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). O decano se aposenta em julho e o presidente, conforme afirma desde que assumiu o Planalto, pretende indicar um ministro "terrivelmente evangélico".

"Não tenho medo de CPI"

Pouco antes, em reunião por videconferência com 40 empresários do "Diálogos pelo Brasil", grupo criado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, Bolsonaro afirmou que não tem medo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada no Senado que vai investigar omissões do governo federal no combate à pandemia do coronavírus.

As primeiras reuniões da comissão, apelidada de CPI do Genocídio, começarão a ser realizadas a partir da próxima semana.

Apesar de tentar mostrar que não se intimida com a CPI, Bolsonaro vem sinalizado que a pressão está fazendo efeito, já que mudou o discurso e agora sai em defesa da vacinação - postura totalmente distinta da que teve durante todo o ano de 2020, quando recusou contratos para a compra de imunizantes e fez piadas das vacinas.

"O Brasil não parou. Fizemos muita coisa no ano passado, desde a gestão Pazuello, e as vacinas são uma realidade hoje. Não temos medo de CPI, mas espero que essa ação não prejudique o nosso trabalho", afirmou, adicionando aos empresários que a vacinação é "fundamental" para retomar a economia.

Além dos 40 empresários e Bolsonaro, estiveram presentes na reunião os ministros Paulo Guedes (Economia), Marcelo Queiroga (Saúde), Tereza Cristina (Agricultura), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Carlos França (Relações Exteriores), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil).