Toffoli diz que reportagem "foi algo orquestrado para sair às vésperas do julgamento em segunda instância"

Segundo o ministro, os veículos de extrema-direita, que são os principais porta-vozes dos procuradores da Lava Jato, orquestraram uma narrativa "inverídica" para constranger e emparedar o Supremo às vésperas de a Corte tomar uma decisão sobre a prisão após o julgamento em segunda instância, que poderia libertar Lula

Dias Toffoli e Bolsonaro - Foto: Arquivo/Assessoria STFCréditos: Reprodução/Governo Federal
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Em entrevista a Monica Gugliano e Malu Delgado, na edição desta quinta-feira (18) do jornal Valor Econômico, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, disse que a reportagem da revista Crusoé e do site Antagonista censurada pelo colega Alexandre Moraes, "foi algo orquestrado para sair às vésperas do julgamento em segunda instância". Segundo o ministro, os veículos de extrema-direita, que são os principais porta-vozes dos procuradores da Lava Jato, orquestraram uma narrativa "inverídica" para constranger e emparedar o Supremo às vésperas de a Corte tomar uma decisão sobre a prisão após o julgamento em segunda instância. Leia também: Dias Toffoli acredita em armação de procuradores da Lava Jato contra ele "É ofensa à instituição à medida que isso tudo foi algo orquestrado para sair às vésperas do julgamento em segunda instância. De tal sorte que isso tem um nome: obstrução de administração da Justiça", afirmou. O julgamento estava marcado para o último dia 10 de abril, mas foi adiado por Toffoli uma semana antes. Já a reportagem do site e da revista foi ao ar somente na noite de quinta-feira da semana passada, dia 11 - e o documento da Odebrecht foi anexado nos autos da Lava Jato no dia 9 de abril. Na delação, Marcelo Odebrecht teria sido incitado por procuradores da Lava Jato - segundo advogados do empreiteiro - a revelar que o codinome "o amigo do amigo de meu pai", que aparece em um e-mail enviado por ele, é Dias Toffoli. A mensagem eletrônica de Odebrecht foi enviada ao departamento jurídico da empresa, aos executivos Adriano Maia e Irineu Meireles. Para o ministro, o documento "não diz nada com nada". "Daí tirem as suas conclusões. Era exatamente para constranger o Supremo", reitera Toffoli, que à época da mensagem era advogado-geral da União do governo Lula.