Toma lá, dá cá: Ricardo Barros, do centrão, assumirá liderança do governo Bolsonaro na Câmara

Durante a campanha presidencial, Bolsonaro classificava os deputados do centrão como "o que há de pior"; agora, em busca de governabilidade, mostra aproximação com o grupo político

Ricardo Barros e Jair Bolsonaro (Reprodução/Instagram)
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Ex-ministro da Saúde de Michel Temer, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), conforme já era previsto, assumirá a liderança do governo Bolsonaro na Câmara. Ele substituirá o militar Vitor Hugo (PSL-GO).

"Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro pela confiança do convite para assumir a liderança do governo na Câmara dos Deputados com a responsabilidade de continuar o bom trabalho do Líder Vitor Hugo, de quem certamente terei colaboração. Deus me ilumine nesta missão", anunciou Barros pelo Twitter, na tarde desta quarta-feira (12).

https://twitter.com/RicardoBarrosPP/status/1293632426678407170

Um dos principais nomes do chamado "centrão" no Congresso, Barros deve assumir a liderança na próxima terça-feira (18) após publicação no Diário Oficial da União (DOU).

A escolha por Ricardo Barros para a liderança mostra uma clara tentativa de aproximação de Bolsonaro com o centrão para garantir alguma governabilidade, tendo em vista as constantes derrotas do governo no Congresso e também diante da eminência da abertura de um pedido de impeachment contra o presidente, já que são mais de 50 peças pedindo o afastamento do capitão da reserva protocoladas na Câmara.

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A movimentação para dar a liderança do governo ao centrão começou em junho, após Bolsonaro ter se irritado com o voto de alguns parlamentares do PSL contra o novo Fundeb e sacado a bolsonarista radical Bia Kicis (PSL-DF) de uma das vice-lideranças.

Essa distribuição de cargos a deputados do centrão, no entanto, era uma das principais críticas feitas por Bolsonaro à época da campanha presidencial em 2018. Ao se apresentar como "novo", o atual presidente chegou a se referir ao grupo político como "o que há de pior" e afirmou que as negociações para garantir governabilidade deveriam "acabar".

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