TSE afasta presidente do Patriota, que negocia filiação de Bolsonaro

Membros do partido acusam o presidente, Adilson Barroso, de agir juntamente com Flávio Bolsonaro para mudar o estatuto. Bolsonaro quer poder para filtrar candidaturas e incluir "valores cristãos" para atrair evangélicos

Jair Bolsonaro e Adilson Barroso, presidente do Patriota (Reprodução)
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Após o fracasso em fundar um partido para chamar de seu - o Aliança pelo Brasil -, Jair Bolsonaro (Sem partido) agora enfrenta dificuldades para fechar a filiação até mesmo em partidos nanicos, como o Patriota, que lançou o Cabo Daciolo como presidenciável na disputa de 2018.

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Após mudar o estatuto para filiar Flávio Bolsonaro (RJ) e dar mais poderes ao clã presidencial, Adilson Barroso foi afastado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da presidência do Patriota.

A ação foi movida por membros da própria sigla, que contestam a decisão de uma convenção da sigla realizada em 24 de junho, em que foram feitas mudanças no estatuto a mando dos Bolsonaro.

Vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, que faz oposição à filiação de Bolsonaro, assume o comando da sigla pelos próximos 90 dias, época em que Barroso ficará afastado para ser julgado pelo Conselho de Ética.

O afastamento pode ser prorrogado por outros 90 dias, dificultando a filiação de Bolsonaro a tempo para disputar as eleições no ano que vem.

Uma das exigências de Bolsonaro é poder filtrar as candidaturas ao Congresso e as filiações. Além disso, ele quer incluir no partido valores cristãos e uma posição contrária à legalização do aborto para tentar reconquistar votos de evangélicos na eleição de 2022.