Tudo normal: Ministro da Energia de Bolsonaro trata escassez como "fenômeno natural"

"O empenho de todos nesse processo é fundamental para que possamos atravessar, com segurança, o grave momento energético que nos afeta", disse o ministro Bento Albuquerque

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O ministro de Minas e Energia do governo Jair Bolsonaro, Bento Albuquerque, voltou a fazer pronunciamento em rede nacional de TV e rádio nesta terça-feira (31) sobre a situação energética do país. Apesar de o kw/h passar por um amento assombroso, o ministro fez pouco caso, evitou anunciar medidas rígidas e pediu o "empenho de todos" diante da escassez hídrica que impacto na energia.

"Em junho passado, compartilhei informações importantes sobre a seca que o País tem enfrentado, a pior da história do Brasil, e sobre a preocupante escassez de água que atinge nossas hidrelétricas. Trata-se de um fenômeno natural que também ocorre, com a mesma intensidade, em muitos outros países. Hoje, eu me dirijo novamente a todos para informar que a nossa condição hidroenergética se agravou", disse o ministro em pronunciamento.

"Para enfrentarmos essa situação excepcional e garantir o fornecimento de energia, estamos utilizando todos os recursos disponíveis e tomando medidas extraordinárias. Com pouca água nos reservatórios das hidrelétricas, tivemos que aumentar, significativamente, a geração de energia nas nossas termelétricas e estamos importando energia de países vizinhos", afirmou.

Albuquerque anunciou ainda o aumento da energia, sem dizer o quanto - quase 50%. "Como todos os recursos mais baratos já estavam sendo utilizados, esta eletricidade adicional proveniente de geração termelétrica e de importação de energia custará mais caro", disse.

A conta de luz aumentará já a partir de quarta-feira (1°). O governo reajustou a bandeira tarifária que cobrava R$ 9,49 por cada 100 kWh consumidos, passando o valor para R$ 14,20. Com a bandeira vermelha de patamar 2, a alta é de 49,6%.

Mesmo com o cenário calamitoso, Albuquerque não anunciou nenhuma medida concreta para evitar apagões, apenar alguns incentivos em busca de uma "redução voluntária do consumo".

"Para aumentarmos nossa segurança energética e afastarmos o risco de falta de energia no horário de maior consumo, é fundamental [...] um esforço inadiável de redução do consumo. O empenho de todos nesse processo é fundamental para que possamos atravessar, com segurança, o grave momento energético que nos afeta, para atenuar os impactos no dia a dia da população e também para diminuir o custo da energia", disse.