Turistando na política: Moro quer encontrar Doria

Ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro, que se refugiou nos EUA após o caos que ajudou a criar se instalar no país, pretende medir sua temperatura política com o governador de SP. Chefe da Lava Jato já se reuniu com Mandetta

Foto: Lide (Divulgação)
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Sergio Moro, ex-juiz que liderou a Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro, atualmente morando nos EUA, resolveu dar um giro pelo Brasil e fazer turismo político. Depois de sua ajuda fundamental na desestabilização do país, Moro quer agora testar seu nome e pretensa popularidade para concorrer a alguma coisa nas eleições de 2022. Mandetta será o primeiro a receber sua visita, mas o magistrado fujão quer ir além.

De acordo com interlocutores de João Doria, governador de São Paulo, uma conversa entre o tucano paulista e o ex-todo-poderoso da Lava Jato deve ocorrer ainda essa semana. Moro estaria interessado na construção de uma terceira via e diz-se contra "a polarização Lula x Bolsonaro”.

Há meses mantendo diálogo com o Podemos, partido ao qual deve se filiar, o juiz que sempre atuou como político, condenando Lula em ações manipuladas cujas sentenças seriam invalidadas pelo STF posteriormente, tem agora que decidir se põe seu nome na urna como candidato a presidente ou a senador pelo estado do Paraná, se é que vai fazê-lo.

Caiu em desgraça

Após largar a carreira na Justiça Federal e se aventurar na escalada autoritária de Jair Bolsonaro, assumindo a pasta da Justiça e Segurança Pública, Moro foi enxotado da equipe formada pelo presidente, com direito a execração pública e humilhações impostas pelo chefe do Executivo Federal e seus filhos.

Depois da saída, após uma total perda de credibilidade, do status de celebridade judiciária e da imagem de justiceiro anticorrupção, foi viver nos EUA, onde conseguiu um emprego que tem lhe rendido R$ 1,7 milhões por ano, atuando na recuperação judicial de empresas como a Odebrecht, devastadas do ponto de vista financeiro justamente pelas ações da Lava Jato dirigidas pelo ex-juiz.