PM de Minas Gerais ateia fogo no acampamento Quilombo Campo Grande

O objetivo, de acordo com MST, é tentar retirar as famílias. Veja o vídeo aqui

Foto: Reprodução
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O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) denunciou no início da tarde desta quinta-feira (13) que a Polícia Militar, sob o comando do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ateou fogo no Acampamento Quilombo Campo Grande para tentar retirar as famílias.

https://twitter.com/MST_Oficial/status/1293971960314105858

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) entrou nesta quinta-feira (13) com um pedido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reverter a ordem de despejo de um acampamento do movimento em Campo do Meio, município do Sul de Minas Gerais.

A ordem foi dada em meio à pandemia do novo coronavírus, o que deixaria desabrigadas as cerca de 450 famílias que vivem no Quilombo Campo Grande.

O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), havia usado a PM para retirar os acampados em uma ação que começou na madrugada da quarta-feira (12). A truculência chamou a atenção de vários deputados estaduais e movimentos sociais e pegou mal para o governador.

Quilombo Campo Grande

O acampamento Quilombo Campo Grande foi erguido há mais de 20 anos nas terras da antiga Usina Ariadnópolis, que pertencia à Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia) e faliu no final da década de 1990. Parte dos antigos trabalhadores da usina, que ficaram sem indenização após a falência da empresa, hoje integram o acampamento. A área de aproximadamente 4 mil hectares ficou degradada depois da falência da usina, por causa do monocultivo de cana-de-açúcar. Com a ocupação do MST, o local ganhou plantações de café, milho e hortaliças, além da criação de galinhas.

Resposta à Revista Fórum

Em veiculação pretérita em matéria desta Revista sobre reintegração de posse da Fazenda Ariadnópolis, em Campo do Meio, em Minas Gerais, a Revista Fórum acusa, inveridicamente, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) de ter ateado fogo na vegetação com intenção de dispersar os posseiros que estavam no local. Graças a expertise dos militares, o momento em que um indivíduo ateia fogo na vegetação foi testemunhado e gravado, deixando claro que nenhum policial militar participou desse ato criminoso. O vídeo, que circulou na internet, mostra o momento em que o autor do delito, montado num cavalo, ateia fogo na vegetação. Inclusive foi registrado Boletim de Ocorrência com tal conduta qualificada como tentativa de homicídio, restando desse crime três policiais militares e uma oficial de Justiça, que presenciou o crime, socorridos com intoxicação.

Cabe destacar que o planejamento da operação foi elaborado seguindo todos os protocolos de segurança estipulados para o período da pandemia. Além disso, representantes de outros órgãos do Poder Público, como conselheiros tutelares, equipe médica do município e serviço social, também participaram da ação.

A Polícia Militar de Minas Gerais reitera que sempre atuou e atuará dentro dos princípios constitucionais da Proporcionalidade e Legalidade, com foco na minimização de danos, na preservação de vidas e na proteção aos direitos humanos, que é a base de atuação da instituição.

Polícia Militar de Minas Gerais

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