
Fundador do site The Intercept, responsável pela série de reportagens sobre a Vaza Jato, Glenn Greenwald rebateu tuíte do ministro da Justiça, Sergio Moro, que classificou a série de reportagens como “campanha contra a Lava Jato e a favor da corrupção” que estaria “beirando o ridículo”.
Glenn disse que a publicação de Moro mostra o “quão arrogante” ele se mostra diante das denúncias feitas nas reportagens divulgadas pelo Intercept em parceria com outros órgãos de imprensa.
“Pondere em quão arrogante Moro está sendo: reportar o comportamento dele significa apoiar a corrupção, como se ele fosse o padre da ética, e quaisquer reportagens sobre ele são corruptas. Revelar a corrupção dentro de LJ *fortalece* – não enfraquece – a luta contra a corrupção”, afirma.
Em uma sequência, Glenn ainda mostra o apoio que as reportagens têm recebido tanto na imprensa, quanto da população e até de políticos.
“Do total de entrevistados, 58% acham que a conduta de Moro foi inadequada, ante 31% que a aprova.” – @Folha. “Em nome de um objetivo maior, a Lava-Jato e Moro cometeram inúmeros pecados factuais e algumas exorbitâncias.”- Elio Gaspari, @JornalOGlobo”, tuitou.
Pondere em quão arrogante Moro está sendo: reportar o comportamento dele significa apoiar a corrupção, como se ele fosse o padre da ética, e quaisquer reportagens sobre ele são corruptas. Revelar a corrupção dentro de LJ *fortalece* – não enfraquece – a luta contra a corrupção. pic.twitter.com/wCle2EPAsM
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) 16 de julho de 2019
Filme de terror
Em nota, Moro negou que tenha liberado dinheiro da 13ª Vara Federal de Curitiba para que o procurador Deltan Dallagnol produzisse um comercial de TV onde seria mostrado um clima de terror e pânico para conseguir a adesão popular para a proposta das 10 Medidas Contra a Corrupção.
As informações foram reveladas nesta segunda-feira (15) pelo jornalista Reinaldo Azevedo com base nas mensagens recebidas pelo site The Intercept.
Em um chat de 16 de janeiro de 2016, Dallagnol enviou uma mensagem para Moro pedindo para que o magistrado, então titular da 13ª Vara Federal, liberasse recursos financeiros para uma campanha das 10 medidas contra a corrupção – pacotes de sugestões legislativas que tem como um dos idealizadores o próprio Dallagnol – que seria veiculada na Globo.