Véio da Havan diz que "vai com Deus" à CPI, mas chega com Flávio Bolsonaro e Marcos Rogério; siga ao vivo

Pré-candidato ao Senado a pedido de Jair Bolsonaro (Sem partido), o véio da Havan disse não ser político, mas usou os microfones do Congresso como palanque

Luciano Hang, o véio da Havan, chega à CPI com Flávio Bolsonaro e tropa bolsonarista (Reprodução)
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A CPI da Covid recebe nesta quarta-feira, 29, o empresário bolsonarista, Luciano Hang, também conhecido como “Véio da Havan”. A comissão quer ouvir o empresário sobre documentos apontando Hang como financiador do blogueiro bolsonarista e disseminador de fake news sobre política e tratamento precoce contra a Covid-19, Allan do Santos. O filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), teria sido o intermediário entre o dono da Havan e o blogueiro.

Pela manhã, antes de se dirigir ao Senado, o empresário bolsonarista foi às redes sociais e disse que “vai com Deus” prestar depoimento. “Vou sozinho. Mas, sei que Deus e vocês estão comigo”, escreveu junto com o versículo bíblico “se Deus disse que posso, então eu posso. Irei e não temerei mal algum”.

https://twitter.com/LucianoHangBr/status/1443139509286277126

No entanto, ao chegar ao legislativo, Hang estava acompanhado dos senadores Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-PR) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS), de advogados e de uma tropa bolsonarista.

"Tem país que não tem nada e consegue tudo. O Brasil tem tudo e não consegue nada. Qual é o problema do Brasil? É a gestão pública, é a máquina pública, é a burocracia. E é por isso que eu entrei como ativista político", disse Hang. "O que eu peço para as autoridades é liberdade de expressão. O que eu peço para esse Senado é que me deixem falar", emendou ele, em tom exaltado.

Pré-candidato ao Senado a pedido de Jair Bolsonaro (Sem partido), o véio da Havan disse não ser político, mas usou os microfones como palanque. "

Hang também é acusado de integrar o “gabinete paralelo”, grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que o aconselharam durante a pandemia do novo coronavírus e que disseminavam notícias de apoio ao “kit covid”, com remédios sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus.

Por fim, o bolsonarista também terá de prestar esclarecimentos sobre a morte de sua mãe, Regina Hang, acometida pelo coronavírus e que teria recebido o tratamento precoce diretamente da Prevent Senior, pois era cliente do plano de saúde.

O prontuário de Regina Hang mostra que ela foi medicada com o chamado "kit covid", com "azitromicina, hidroxicloroquina e outras medicações". 

Apesar do óbvio uso do “kit covid” no tratamento da mãe de Luciano Hang, a Prevent Senior omitiu a Covid-19 como causa de sua morte.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), foi o autor do pedido de convocação de Hang. Ao solicitar o depoimento do empresário bolsonarista, alegando que "a presença desse senhor nesta Comissão Parlamentar de Inquérito é mais do que recomendável".

Luciano Hang desafia os membros da CPI da Covid

A expectativa é de um depoimento tenso e capaz de superar a atenção atraída por todos os depoimentos prestados até agora à CPI.

Depois da data da convocação ser agendada, Luciano Hang postou um vídeo em suas redes sociais com algemas em seus braços. O objetivo do bolsonarista é adiantar o que pode acontecer caso os senadores “não aceitarem aquilo que eu vou falar”.

Em tom de provocação, Hang também disse que irá na quarta-feira falar à CPI “de coração aberto”.

"Toda a quarta-feira vai estar disponível. Eu trabalho 24 horas por dia, então vou ter todo o tempo do mundo e, se por acaso, eles não aceitarem aquilo que eu vou falar, já comprei, para não gastar dinheiro com algema, já comprei uma algema. Vou entregar uma chave para cada senador e que me prendam", provocou Hang.

https://youtu.be/MsRUJFDl3Hg