Vereador é expulso do partido por homofobia contra Paulo Gustavo: “odeio isso”

Um dia antes da morte de Paulo, Donaldo Seling criticou de maneira agressiva o casamento do ator com o médico Thales Bretas em discurso na Câmara

Thales Bretas e Paulo Gustavo - Foto: Reprodução/Instagram
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O vereador de Maripá (PR) Donaldo Seling (Cidadania-PR) foi expulso do partido após disparar ofensas homofóbicas ao ator Paulo Gustavo. O relatório da Comissão de Ética do partido que recomenda a saída do vereador foi aprovado por unanimidade, nesta terça-feira (8), pelo Diretório Estadual do Cidadania do Paraná.

Seling criticou de maneira agressiva o casamento do ator com o médico Thales Bretas em discurso realizado em maio na Câmara Municipal de Maripá. O ataque aconteceu um dia antes da morte de Paulo Gustavo por complicações da Covid-19.

"Aí você vê uma notícia: o ator Gustavo -Gustavo é homem, né?- internado com Covid, e seu marido torcendo pela melhora dele. Nós estamos tendo um desentendimento, na minha opinião. Essa coisa moderna não serve para mim", disse Seling. O vereador ainda prosseguiu: “não podemos perder o que há no coração de uma mãe, o que há de mais bonito de uma família unida: pai e mãe, não marido com marido ou marida com marida. Não sei como fala essa porcaria, do tanto que odeio isso…”

O vereador fez o ataque depois de ler uma mensagem de uma colega que dizia: "Parabéns às mães e aos pais que são mães", em referência ao Dia das Mães. Paulo Gustavo e Thales Bretas são pais de dois filhos, Romeu e Gael, de um ano.

"[Tem] o marido e o outro é marido também, nós não podemos pregar esse tipo de coisa. Tem que saber quem que seria a mulher dos dois, para poder agradecê-lo [parabenizá-lo] no Dia dos Pais", disse Seling. "Eu sou da época que homem é homem, mulher é mulher. Feliz Dia das Mães que são mães", finalizou.

Estatuto do partido

Wanderley Lopes, relator do caso, afirmou que as declarações feitas pelo vereador agridem frontalmente o Estatuto do partido. “O comportamento do Sr. Donaldo Seling, não coaduna com a posição do Cidadania e fere o Estatuto Partidário e seus programas na luta por uma sociedade mais justa, paritária e respeitosa, principalmente das minorias em todas as suas frentes de representação”, disse.

O relator também elogiou a atuação do ator: “Paulo Gustavo era um artista que contribuiu com a sua arte entrando na casa de milhões de pessoas, e levando alegria nessa época de isolamento”, ressaltou.

Com informações do Metrópoles e do O Tempo