Vereadora do PSOL revela que se enganou ao votar a favor de moção de repúdio ao MAM

Fernanda Garcia, de Sorocaba, conta que é contra qualquer tipo de censura às manifestações artísticas e culturais: “Acabei apertando o botão trocado. Era para votar contra e acabei votando a favor da moção”.

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Fernanda Garcia, de Sorocaba, conta que é contra qualquer tipo de censura às manifestações artísticas e culturais: “Acabei apertando o botão trocado. Era para votar contra e acabei votando a favor da moção”. Por Lucas Vasques Um erro bem na hora da votação causou enorme constrangimento para a vereadora Fernanda Garcia (PSOL), do município de Sorocaba, interior de São Paulo. Durante a sessão na Câmara Municipal que deliberou sobre a moção de repúdio à performance de nudez no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, ela, que é contra qualquer tipo de censura às manifestações artísticas e culturais, acabou se enganando e votando errado, ou seja, mesmo sem querer, apoiou a iniciativa do vereador Pastor Apolo (PSB). A moção foi aprovada por 16 votos a 3 (o presidente, ligado à igreja Mundial da Graça de Deus, e que não vota, declarou que era favorável à moção). Os votos contrários foram dados apenas pelas bancadas do PT (Iara Bernardi e Francisco França) e PCdoB (Renan Santos). “Foi um equívoco. Na hora da votação havia certo tumulto, uma vez que, paralelamente, estava sendo debatido o possível fechamento de uma creche municipal, fato que repudiamos. Com a confusão, acabei apertando o botão trocado. Era para votar contra e acabei votando a favor da moção. Fiquei muito chateada, pois essa prática é atrasada e contrária a tudo que eu e o PSOL pensamos. A prova é que há duas ou três semanas houve votação de uma outra moção de repúdio à exposição “Queermuseu”, que foi barrada em Porto Alegre, e votei contra, evidentemente”, explica Fernanda. Ela destaca que procura fazer de seu mandato uma ferramenta de luta a favor dos interesses e compromissos relacionados com a liberdade e contra a opressão. “Elaboramos um projeto, que foi aprovado, criando o Dia Municipal contra a Homofobia e outras proposituras de interesse da população”, relata. A vereadora faz questão de lembrar que foi dela a autoria e a presidência da CPI que afastou o prefeito de Sorocaba, José Crespo (DEM), por irregularidades na administração. Crespo, recentemente, conseguiu na Justiça licença para reassumir o cargo. O equívoco de Fernanda fez com ela divulgasse uma nota de esclarecimento: “Nosso mandato tem compromisso com as lutas pelas liberdades democráticas e pela livre expressão. No tocante à moção de repúdio ao Museu de Arte Moderna (MAM), esclarecemos que houve um equívoco, por lapso, no momento da votação. Reconheço esse equívoco e reitero nosso compromisso com as lutas pelas liberdades e contra as opressões. Consideramos o acesso à cultura fundamental para o pleno desenvolvimento do ser humano. Neste sentido, conquistamos aumento de 80% do orçamento para a cultura em Sorocaba. O nosso mandato tem como característica fundamental o combate às opressões e a defesa dos direitos sociais. Em pouco tempo conseguimos aprovar leis importantes, como o Dia Municipal contra a LGBTfobia; divulgação do disque-denúncia (180) de violência contra a mulher; e apresentamos projeto de lei de criação da patrulha “Maria da Penha” e outras iniciativas semelhantes. O conteúdo dessa moção não representa o nosso mandato e tampouco o PSOL. Lamentamos todo o constrangimento causado”. Vereadora Fernanda Garcia (PSOL) – Sorocaba Foto: Câmara Municipal de Sorocaba