Vetos de Bolsonaro permitem que banqueiros em atividade sejam dirigentes do BC

Deputado Orlando Silva lembra que com os vetos a artigos do projeto de lei que dá autonomia ao Banco Central, Bolsonaro libera a raposa para cuidar do galinheiro

Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)
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O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) sancionou nesta quarta-feira (24) o projeto de lei que dá autonomia ao Banco Central. Dois vetos do presidente ao projeto aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 10, no entanto, chamam a atenção, pois liberam, nas palavras do deputado federal Orlando Silva Jr. (PCdoB), o galinheiro às raposas.

O primeiro veto foi ao artigo que, até então, proibia o presidente e diretores do BC a exercer qualquer outro cargo, emprego ou função, público ou privado, exceto o de professor.

O outro veto foi ao trecho que veda ao presidente e aos diretores manter participação acionária, direta ou indireta, em instituição do sistema financeiro que esteja sob supervisão ou fiscalização do BC, incompatibilidade que se estende a cônjuges e parentes até segundo grau.

Orlando, mais uma vez, dá a pista. Com o veto, “banqueiros estão LIBERADOS para serem dirigentes do BC”.

https://twitter.com/orlandosilva/status/1364896657234661377

Conforme apontou o blog Sindicato Popular, O PL eleva o Banco Central ao status de uma agência como a Anvisa e a Aneel. Sem o atual vínculo com o Ministério da Economia, o banco passaria a ter “autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira”.

O grande problema, após os dois vetos de Bolsonaro, é que a lei agora abre a possibilidade para que fiscais e fiscalizados sejam a mesma pessoa.