Vídeo: Polícia quer transferir ato de indígenas para Museu do Índio; Força Nacional vigia com helicóptero

Acampamento Terra Livre, que reúne povos indígenas de todo o Brasil, começa nesta quarta-feira (24). Uso da Força Nacional para reprimir protestos foi autorizado por Sergio Moro a pedido do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência

Indígenas se concentram na Praça dos Três Poderes, em Brasília (Foto: GfbV)
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Sob forte aparato de vigilância da Força Nacional, milhares de indígenas de diversos povos do Brasil deram início nesta quarta-feira (24) à 15ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL). As caravanas, que partem de todo o Brasil, chegam à capital desde a tarde desta terça-feira (23) e se concentram na praça dos Três Poderes, em frente ao Congresso Nacional.
Crédito do vídeo: Ubirajara Sompré/Delegação do Pará
Nesta manhã, no entanto, a polícia iniciou uma negociação para que os indígenas sejam transferidos para o Memorial dos Povos Indígenas, conhecido como Museu do Índio, que fica localizado no Eixo Monumental Oeste, na Praça do Buriti, em frente ao Memorial JK. Os indígenas insistem em permanecer no local em que está sendo montado o acampamento, onde estão programadas diversas ações, inclusive mobilizações na Câmara Federal. Na manhã desta quinta-feira, os indígenas participam de uma audiência pública para debater o papel dos povos indígenas na proteção do meio ambiente e desenvolvimento sustentável e as consequências da MP 870/19, que, entre outras medidas, transferiu a Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e colocou a demarcação de terras indígenas sob tutela dos ruralistas. Moro e Força Nacional Na semana passada, o ministro Sérgio Moro autorizou o emprego da Força Nacional de Segurança Pública na Esplanada dos Ministérios. A portaria atende a um pedido do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, “no qual solicita o emprego da Força Nacional de Segurança Pública na região da Praça dos Três Poderes e da Esplanada dos Ministérios”. A operação teria o intuito de “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, na defesa dos bens e dos próprios da União” e, na prática, será usada para reprimir manifestações marcadas para o local. O ATL é o primeiro ato sob vigília da Força Nacional.