Vinícius Wu: Dez humildes sugestões para Haddad no segundo turno

Diga que vai unificar e reconciliar o país, mas não através de um acordão no Congresso e sim com as pessoas, com democracia, diálogo, transparência;

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[caption id="attachment_141881" align="alignnone" width="690"] Foto: Ricardo Stuckert[/caption] Por Vinícius Wu* 1 -  Evite aparecer como candidato dos “políticos” (evite posar ao lado de Renan, Sarney etc., ainda que venha a fazer acordos eleitorais com eles). Bolsonaro é a farsa “antisistêmica”, seu eleitor acredita que ele “luta contra os políticos corruptos, os poderosos e a mídia”; 2 -  Monte uma rede consistente de informação e disseminação de conteúdos pelo WhatsApp. Foi aí – e não na TV – que Bolsonaro venceu o primeiro turno. Conteúdo segmentado, direcionado e adequado para cada público; 3 - Apresente propostas concretas e assertivas para enfrentar a violência – as pessoas estão com medo e seu adversário oferece uma promessa de segurança e um mínimo de tranquilidade aos seus seguidores. Não subestime o medo e o uso que está sendo feito dele; 4 - Apresente propostas para recuperar emprego e renda dos trabalhadores. E não basta falar em retorno à era Lula. É preciso apresentar novas ideias; 5 - Enfrente o tema da corrupção. Admita que o PT errou aonde não devia e, principalmente, apresente uma agenda clara de combate a corrupção; 6 - Seja menos Lula e mais Haddad. O eleitorado lulista já está quase todo contigo; 7 - Promova e dê mais espaço para sua vice, mulher, jovem, inovadora e que se comunica bem; 8 - Diga que vai unificar e reconciliar o país, mas não através de um acordão no Congresso e sim com as pessoas, com democracia, diálogo, transparência; 9 - Seja o candidato da democracia, do povo pobre, de uma ampla frente e não somente o candidato do PT; 10 - Abra a campanha para todos/as os que querem ajudar. O maior risco nesse sentido é que a burocracia partidária impeça que milhares de pessoas que querem ajudar contribuam para vencermos essa dura guerra que será o segundo turno. *Vinícius Wu é pesquisador do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Internet e Política, COMP, da PUC-Rio