Wajngarten é convocado pela CPI para explicar "incompetência" na compra de vacinas que citou em entrevista

Também foi aprovada a convocação, na CPI do Genocídio, do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, além de representantes da Fiocruz, Butantan, farmacêuticas e laboratórios

Wajngarten e Bolsonaro (Reprodução)
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A agenda de depoimentos da CPI do Genocídio está cheia para a próxima semana. Nesta quarta-feira (5), os senadores que compõem o colegiado aprovaram a convocação de ex-ministros, representantes de laboratórios, farmacêuticas e desenvolvedores de vacinas contra a Covid-19.

Um dos convocados é o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, que prestará depoimento na próxima terça-feira (11).  A ideia é que ele explique em que consistiu, exatamente, a "incompetência" na aquisição de vacinas por parte do governo federal.

Em entrevista recente à Veja, o ex-secretário procurou isentar Jair Bolsonaro da responsabilidade por não firmado contrato com Pfizer ainda em 2020, quando a farmacêutica estadunidense ofereceu doses ao Brasil, mas colocou a responsabilidade no Ministério da Saúde, à época comandado por Eduardo Pazuello.

“O presidente sempre disse que compraria todas as vacinas, desde que aprovadas pela Anvisa. Aliás, quando liguei para o CEO da Pfizer, eu estava no gabinete do presidente. […] Se o contrato com a Pfizer tivesse sido assinado em setembro, outubro, as primeiras doses da vacina teriam chegado no fim do ano passado”, declarou, classificando a rejeição ao imunizante como "ineficiência e incompetência".

“Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando uma negociação que envolve cifras milionárias e do outro lado um time pequeno, tímido, sem experiência, é isso que acontece. Estou me referindo à equipe que gerenciava o Ministério da Saúde nesse período”, disparou Wajngarten.

Outro ex-membro do governo que teve e convocação aprovada pela CPI do Genocídio é Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores. O ex-chanceler, provavelmente, será cobrado a falar sobre a relação hostil do Brasil com relação à China, principal provedora de insumos para imunizantes contra a Covid.

Além dos dois ex-ministros, foram convocados a prestar depoimento na CPI, na próxima semana, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, Nisia Trindade Lima, da Fiocruz, além de representantes da União Química, farmacêutica que pleiteia a produção da vacina russa Sputnik V no Brasil, e representantes da Pfizer.

O ex-ministro Eduardo Pazuello, que alegou ter entrado em contato com pessoas que testaram positivo para a Covid com o objetivo de fugir de seu depoimento inicialmente marcado para esta semana, deve falar à CPI também na semana que vem.

Nesta quinta-feira (6), falará aos senadores do colegiado o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Ele encerrará a primeira semana de trabalhos da CPI que já contou com os depoimentos de seus antecessores na pasta, Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta.

Confira a agenda de depoimentos.

06/05: Marcelo Queiroga e presidente da Anvisa

11/05: Fábio Wajngarten e representantes da Pfizer

12/05: Dimas Covas, do Butantan, e Nisia Trindade Lima, da Fiocruz

13/05: Ernesto Araújo e representante da União Química

19/05: Eduardo Pazuello