XP/Ipespe: Maioria dos brasileiros é contra o voto impresso defendido por Bolsonaro

Presidente chegou a colocar tanques de guerra em Brasília no dia da análise da proposta na Câmara com claro intuito de intimidar deputados

Foto: Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta terça-feira (17) mostra que a maior parte da população brasileira é contra o voto impresso, o que desmonta a narrativa de Jair Bolsonaro de que há um clamor popular pela proposta, derrotada na última semana na Câmara dos Deputados.

Segundo o levantamento, 58% dos entrevistados rejeitam o voto impresso, enquanto apenas 36% apoiam. 7% não sabem ou não responderam.

A proposta, embutida no projeto derrotado na Câmara de autoria de Bia Kicis (PSL-DF), tem sido usada por Bolsonaro e seus apoiadores no âmbito da narrativa - sem provas - de que há fraude nas urnas eletrônicas.

Com medo de perder a próxima eleição, o presidente coloca o sistema eleitoral em cheque e ataca o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que reiteradamente tem vindo a publico para desmentir o chefe do Executivo e reafirmar a segurança das urnas.

Na última terça-feira (10), dia em que a Câmara analisou a proposta, Bolsonaro chegou a colocar tanques das Forças Armadas nas ruas em Brasília sob a justificativa de que seria entregue a ele um convite para um treinamento militar.

Ficou claro que o ato, no entanto, era uma tentativa de intimidação aos deputados - o que não deu certo, já que horas depois a proposta de voto impresso foi derrotado pelo plenário da casa legislativa.

Ministro da Justiça admite que não há provas de fraude

Na última quinta-feira (12)), o ministro da Justiça, Anderson Torres, disse em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não há provas sobre fraude eleitoral.

Torres se tornou alvo do TSE após participar da live golpista com Jair Bolsonaro que tinha como intuito atacar o tribunal, colocar em xeque as urnas eletrônicas e apresentar provas da fraude eleitoral que afirmavam existir. Ao corregedor-geral eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, no entanto, o ministro recuou em sua narrativa.

Ele e Bolsonaro foram inseridos no mesmo inquérito administrativo aberto pelo TSE após a realização da live.

Ao longo da transmissão, ambos exibiram notícias antigas, já desmentidas, e animações para provar a suposta fraude eleitoral. Nenhuma prova concreta, no entanto, foi apresentada.