Youtuber negro diz que foi chamado de macaco após parar de apoiar Bolsonaro

Hícaro Teixeira se diz arrependido de ter feito campanha para Bolsonaro, o que tem motivado insultos racistas e, inclusive, ameaças de morte por parte de bolsonaristas

Reprodução/YouTube
Escrito en POLÍTICA el

O jovem youtuber Hícaro Teixeira, de 27 anos, passou a ser alvo das milícias bolsonaristas nas redes depois que deixou de apoiar o presidente Jair Bolsonaro. Negro, Teixeira fez campanha para Bolsonaro, com vídeos de apoio ao atual presidente em seu canal do YouTube, e era estratégico para o então candidato: além de ser negro, defendia pautas como o fim das cotas raciais e ajudava Bolsonaro a se esquivar das acusações de racismo.

Ao site BuzzFeed News, o youtuber afirmou que, com o tempo, mudou de opinião sobre as cotas raciais e também sobre o próprio presidente Bolsonaro. “Fiquei com vergonha e apaguei muita coisa”, disse.

Ele revelou que, após um vídeo em que fala sobre a submissão de Bolsonaro a Donald Trump, o ponto de inflexão no seu canal do YouTube, passou a ser atacado com insultos racistas por parte de bolsonaristas. Entre as agressões, estão xingamentos de "macaco" e comentários sobre seu cabelo.

Reprodução/YouTube

Para além do discurso racista que passou a ser alvo, Hícaro já chegou a ser ameaçado de morte.

Reprodução

"É impressionante como não debatem política e passam para a pura agressão. Fui chamado de macaco e urubu depois que passei a criticar Bolsonaro", afirmou.

Atualmente o canal de Hícaro no YouTube é seguido por mais de 100 mil pessoas. Um de seus últimos vídeos classifica a manifestação contra o Congresso e o STF, que está sendo marcada para o dia 15 e foi divulgada por Bolsonaro, como "golpista".