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O doleiro Alberto Youssef e Dalton Avancini, ex-executivo da Camargo Corrêa, prestaram depoimento nesta sexta-feira (16) em São Paulo pela ação em que Lula é réu, na Lava Jato, sobre o chamado "sítio de Atibaia". O depoimento foi dirigido ao juiz Sérgio Moro, que os ouviu por vídeo-conferência.
No depoimento, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, conseguiu fazer com que Youssef confessasse que sua delação premiada é, literalmente, premiada. Respondendo a uma pergunta de Zanin, Youssef revelou que possui, junto ao Ministério Público, uma 'cláusula de sucesso' que o dá direito de receber 1/50 avos do patrimônio recuperado pela força-tarefa no Brasil e no exterior. Se a Lava Jato recuperasse R$2 bilhões, por exemplo, o doleiro teria direito a R$40 milhões. Pela cláusula, Youssef poderia ainda recuperar parte de seu patrimônio apreendido.
O que causou estranhamento ao advogado de Lula, diante da informação sobre a cláusula fornecida por Youssef, é que esses aditivos não constam nos autos disponibilizados à defesa. Diante da "pérola" pescada por Zanin, Moro deu prazo de 5 dias para que o MPF disponibilize esses aditivos nos autos.
Tendo uma 'cláusula de sucesso' (que sequer constava nos autos), portanto, Alberto Youssef poderia estar, o tempo todo, direcionando suas delações de modo a "faturar" ainda mais. Se for levado em consideração o fato de que o doleiro é o primeiro delator da Lava Jato, pode-se concluir que a operação nasceu de um acerto financeiro entre o Ministério Público e um dos operadores dos crimes apontados.
Em tempo, cabe lembrar que o doleiro foi também o principal delator do escândalo do Banestado, cujo juiz era também Sérgio Moro.
Youssef foi preso pela primeira vez em 2014 e, com o início das delações premiadas, conquistou o regime semi-aberto. Agora, segundo ele, cumpre regime aberto.
Assista ao momento em que o doleiro fala sobre sua 'cláusula de sucesso'.