Zé Dirceu diz que militares estão com governo e vão comemorar golpe: “Não vamos nos iludir”

Para ele, o cancelamento da ida de Bolsonaro ao Mackenzie nesta quarta é de um “simbolismo fantástico”

Foto: Lula Marques
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O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, declarou na noite desta quarta-feira (27), em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), que “o governo de Jair Bolsonaro (PSL) é militar, com alguns civis, e a liberdade das pessoas está em jogo. Mas o país está percebendo os problemas”, disse. “Não vamos nos iludir sobre o caráter autoritário desse governo, totalitário desse governo, que ameaça a liberdade dos brasileiros e brasileiras. Não vamos nos iludir com as Forças Armadas, são conservadores. Eles estão comprometidos com esse governo e vão comemorar o dia 31.” Dirceu esteve na cidade para o lançamento de sua autobiografia “Zé Dirceu - Memórias, volume 1” (editora Geração). Na ocasião, ele disse ainda que “o Brasil está fazendo concessões aos EUA sem ter nada em troca”. “Esse governo é um governo militar, com civis. É só observar, gabinete do presidente é militar, o Palácio do Planalto é militar, os ministérios da Infraestrutura e Ciência e Tecnologia, o controle sobre a Educação e Relações Exteriores, estão desconstituindo os poucos civis que ficaram na Educação e não eram militares. Relações Exteriores é pior, é da família Bolsonaro”, disse. O ex-ministro citou ainda o discurso inflamado do presidente na avenida Paulista, uma semana antes da eleição, e a não ida do presidente nesta quarta à Universidade Presbiteriana Mackenzie como exemplos. “É a liberdade que está em jogo. Se vocês perceberem, os jovens e as mulheres já perceberam. Há no país um sentimento claro que começa a se mover, como se fosse um vulcão que vai começar...”, disse. Para Dirceu, o cancelamento da ida de Bolsonaro ao Mackenzie nesta quarta é de um “simbolismo fantástico”. Após protesto de estudantes na universidade, na manhã desta quarta, Bolsonaro cancelou a ida ao local e transferiu a agenda ao Comando Militar do Sudeste, também na capital. Ele se referia ao histórico confronto entre grupos de estudantes do Mackenzie e da USP na rua Maria Antônia, que em 2018 completou 50 anos. Com informações da Folha

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