A Lava Jato ri da cara dos brasileiros e do caos que instaurou, por Cleber Lourenço

Poucos possuem coragem e peito para denunciar e apontar os desmandos dessa operação no país. É preciso coragem.

Foto: Ministério Público Federal.
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No ano passado, Gilmar Mendes foi certeiro ao declarar que a “Lava Jato se transformou numa organização extremamente lucrativa”.

Lucrativa para quem fez ou faz parte da operação, para o país e os brasileiros foi apenas instabilidade política, desemprego e prejuízo econômico. Segundo um levantamento do Estadão, as empresas afetadas pela operação, demitiram mais de meio milhão de pessoas,

Ainda em 2015, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avaliou que a Operação Lava Jato provocou a desorganização da cadeia de óleo e gás e contribuiu para o crescimento do desemprego no país naquele ano.

Além disso, um estudo da consultoria GO Associados, também de 2015, apontou que os impactos diretos e indiretos da operação na economia foram em torno de R$ 142,6 bilhões, uma retração de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto).

Tudo isso enquanto procuradores planejavam abrir empresas em nome de laranjas para lucrarem com palestras ao redor do Brasil, enquanto a cereja do bolo, Sergio Moro, “mascote” da operação, dará, no final deste mês, uma palestra sobre ambiente de negócios pós-Lava Jato.

Segundo um grampo telefônico, Dario Messer pagava uma mesada de R$ 50 mil mensais para um dos patronos da Lava Jato, Januário Paludo.

Em resumo: Moro e a Lava Jato destroem o país e depois de tudo, agora, ensinam como lucrar com os escombros da nação.

Na semana passada, enquanto votava em Curitiba, ex-juiz soltou (notem) rindo: "Deixei jornalista rico e advogado rico. Depois os advogados reclamam de mim".

Ninguém fez mais mal ao país e para a democracia brasileira pós-golpe do que o Ministério Público. Nem os tweets indecentes do general Villas Bôas ameaçando o Supremo Tribunal Federal foram tão danosos (e olha que foram em demasia).

Não só o empobrecimento do Brasil e dos brasileiros, coloco na conta da operação os quase 200 mil mortos pela Covid-19, os 6,8 milhões de testes para que foram para o lixo e todos os infortúnios que o país vive, que são de responsabilidade única e exclusiva da Lava Jato.

Afinal de contas, quem destruiu a política, arrebentou a democracia e a República, provocou convulsão social e abriu caminho para o que há de pior na sociedade brasileira? Sim, a Lava Jato. Bolsonaro é fruto da operação.

Precisamos é que todas as ilegalidades e atentados contra a democracia brasileira sejam devidamente apurados e seus promotores e terroristas enviados para a cadeia, responsabilizados pelo caos instaurado.

Não é, e nunca foi, permitido usar cargo e dinheiro público em benefício próprio.

Uma tarefa aos corajosos

Poucos possuem coragem e peito para denunciar e apontar os desmandos dessa operação no país. É preciso coragem.

No mês passado, procuradores da Paraíba se articularam para processar um professor por críticas à Lava Jato, assim como outros membros da operação já processaram jornalistas, como Reinaldo Azevedo.

Sobrou até para um delegado da Polícia Federal que processa União alegando ter sofrido perseguição da operação. Outro membro da força-tarefa tentou inclusive censurar o jornal Valor Econômico.

Talvez a única coisa certa no governo Bolsonaro seja acabar com a operação que lhe catapultou para o Planalto.